ATA DA CENTÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 18-11-2002.

 


Aos dezoito dias do mês de novembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Nereu D'Avila e Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, José Fortunati, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Nonagésima Sexta Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Trigésima Terceira Sessão Solene, deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei do Legislativo n° 216/02 (Processo n° 3397/02); pelo Vereador Sebastião Melo, 01 Pedido de Providências. Ainda, foi apregoado o Ofício n° 691/02, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n° 076/02 (Processo n° 3435/02). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios n°s 643 e 665/02, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Beto Moesch teceu críticas à instalação da nova rede de esgoto pluvial, projetada pelo Departamento Municipal de Esgotos Pluviais - DEP - para a Avenida Diário de Notícias, afirmando que a mesma desrespeita dispositivos das Constituições Federal e Estadual, bem como a legislação ambiental atualmente em vigor. Também, informou que, face à ausência de manifestação do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre quanto ao tema, solicitou que o Ministério Público Estadual interferisse na questão. O Vereador Carlos Alberto Garcia registrou o lançamento, no dia treze de novembro do corrente, durante a 48ª Feira do Livro, do Guia de Direitos e Serviços para Pessoas Portadoras de Deficiências, publicado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, informando que essa obra originou-se de legislação de iniciativa de Sua Excelência, aprovada por este Legislativo no dia vinte e nove de junho de dois mil e dois. Nesse sentido, procedeu à leitura da exposição de motivos que integrou o Projeto que deu origem a essa legislação. O Vereador Adeli Sell discursou sobre a venda de óculos de grau e de sombra nas ruas de Porto Alegre, externando sua contrariedade a essa prática. Ainda, salientou a necessidade de uma  fiscalização rígida para coibir a comercialização, na Cidade, de alimentos em condições inadequadas para consumo, bem como a venda de bebidas alcoólicas a menores, especialmente nos estabelecimentos situados na orla do lago Guaíba, no bairro Ipanema. O Vereador Elói Guimarães, em tempo cedido pelo Vereador Cassiá Carpes, teceu considerações sobre as atividades típicas inerentes ao Poder Legislativo, especialmente no que tange à fiscalização dos atos do Executivo Municipal. Também, criticou a ausência de resposta, pela Prefeitura Municipal, a Pedidos de Providências encaminhados por Sua Excelência e reiterou Pedido de Providências de sua autoria, solicitando a instalação de grades de proteção rodoviária em trecho da Avenida Assis Brasil. A Vereadora Clênia Maranhão reportou-se a notícias divulgadas pela imprensa, relativas à pesquisa promovida pela Organizações das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, que concluiu ser Porto Alegre a capital brasileira com o maior índice de uso de drogas por crianças nas escolas. Ainda, abordou dados divulgados pelo Ministério da Saúde, alusivos aos níveis de violência urbana atualmente observados em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, analisando as causas sociais e culturais que levaram a essa situação. O Vereador Ervino Besson reportou-se ao pronunciamento efetuado pela Vereadora Clênia Maranhão em Comunicações, acerca dos problemas verificados no sistema público de segurança do Rio Grande do Sul. Nesse sentido, referiu-se ao teor de coluna de autoria do jornalista José Barrionuevo, na qual constam informações sobre índices estatísticos que apontam um crescimento da criminalidade no Estado. Também, reiterou convite aos Senhores Vereadores, para que prestigiem a 18ª Festa do Pêssego da Vila Nova. O Vereador Elói Guimarães analisou estudo técnico realizado pelos economistas Tadeu Viapiana e Julio Gregory Brunet, que apontam o crescimento dos níveis de violência urbana no Estado do Rio Grande do Sul, especialmente no que se refere à ocorrência de roubos, homicídios e outros crimes praticados sob ação violenta, enfocando aspectos sociais e econômicos que interferem no desencadeamento da delinqüência e propugnando pela adoção de medidas públicas que viabilizem a alteração da legislação penal brasileira, no sentido de combater a criminalidade. O Vereador João Bosco Vaz discorreu sobre o Projeto de Lei do Legislativo n° 220/02 (Processo n° 3421/02), que altera o nome da Rua Dona Cecília, no trecho localizado entre a Rua José de Alencar e o Largo dos Campeões, para Rua Patrono Fernando Kroeff, e manifestou-se sobre o Projeto de Lei do Legislativo n° 212/02 (Processo n° 3333/02), que promova alterações na legislação atualmente em vigor no Município, a qual versa sobre a concessão de reajustes tarifários para os serviços de táxi em Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 206 e 203/02, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução n° 110/02; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 017/02, discutido pelo Vereador João  Antonio Dib, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 205, 209 e 196/02, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell e João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Executivo n° 068/02, o Projeto de Resolução n° 103/02, discutido pela Vereadora Sofia Cavedon; em 3ª Sessão, o Substitutivo n° 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 005/01, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 197, 198, 200 e 201/02, os Projetos de Resolução n°s 105, 106, 107, 108 e 109/02, os Projetos de Lei do Executivo n°s 070, 071, 072 e 073/02, este discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, João Bosco Vaz e João Antonio Dib; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução n° 101/02. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo Brum elogiou a iniciativa do Executivo Municipal de lançar o Guia de Direitos e Serviços para Pessoas Portadoras de Deficiências, destacando a relevância dessa publicação para a defesa dos direitos de cidadania desse setor da população. Ainda, discursou sobre artigo publicado na edição de ontem do jornal Correio do Povo, relativo a Proposta de Emenda Constitucional em tramitação no Congresso Nacional, que torna facultativo o alistamento eleitoral e o voto dos deficientes físicos. O Vereador Pedro Américo Leal comentou dados atinentes às funções institucionais desempenhadas pelos Senhores Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre. Também, teceu considerações sobre as medidas políticas tomadas pelo Executivo Municipal, no sentido de implementar o Projeto Entrada da Cidade e referiu-se a notícia divulgada na edição de hoje do Diário Oficial de Porto Alegre, intitulada “Visitantes terão ônibus especial para passeio”. O Vereador Isaac Ainhorn lamentou atitudes tomadas pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, no sentido de não comparecer espontaneamente a este Legislativo, conforme previsto no Regimento desta Casa, a fim de prestar informações sobre as políticas administrativas a serem adotadas pelo Poder Executivo, afirmando que Sua Excelência, ao proceder desta maneira, não contribui para a realização de um Governo em que os Poderes Municipais coexistam e interajam em harmonia. O Vereador Sebastião Melo cobrou o envio, a esta Casa, de Projeto de Lei do Executivo que concede benefício financeiro ao músico Plauto Cruz. Também, comentou denúncias de uso de caminhão a serviço do Departamento Municipal de Esgotos Pluviais - DEP - para a remoção de mobília de comitê de campanha de candidato do Partido dos Trabalhadores e registrou a inconformidade de moradores de Porto Alegre, quanto ao atraso na instalação de telefones em determinados pontos da Cidade. O Vereador Marcelo Danéris contraditou críticas apresentadas por diversos Vereadores à atuação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, especialmente quanto à implantação do Projeto Entrada da Cidade, à destinação de ônibus especial para turistas que visitam Porto Alegre e sobre entrevista concedida pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre à imprensa, alusiva às políticas administrativas adotadas por Sua Excelência durante sua gestão, notadamente no que se refere à realização de obras públicas na Cidade. O Vereador Luiz Braz dissertou  sobre a aprovação, por este Legislativo, de dispositivos constantes no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental – PDDUA - que modificaram a definição e os limites da área rural do Município de Porto Alegre, externando sua contrariedade à proposta aprovada e analisando os efeitos que a mesma acarretou para os proprietários de terras localizadas nas referidas áreas, especialmente no que tange à incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. A Vereadora Clênia Maranhão teceu considerações sobre questões atinentes aos direitos dos afro-descendentes brasileiros, notadamente no que se refere à garantia da propriedade das áreas onde se localizavam os quilombos, no Município de Gravataí – RS. Ainda, salientou a relevância da contribuição prestada pelos afro-descendentes à cultura brasileira e rio-grandense e comentou reportagem publicada na edição de ontem do jornal Folha de São Paulo, alusiva aos índices de desnutrição e abandono em que se encontram as populações indígenas brasileiras. O Vereador Raul Carrion mencionou propostas defendidas pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República eleito, no sentido de proteger os direitos dos trabalhadores, especialmente quanto à constituição do Fórum Nacional do Trabalho, o qual contará com a presença de representantes dos trabalhadores, empresários e Governo, ao reajuste do valor do salário mínimo, à redução da jornada de trabalho para quarenta horas semanais e à manutenção das garantias trabalhistas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho. O Vereador Elói Guimarães abordou aspectos alusivos à expectativa mantida pelos diversos setores da sociedade brasileira, acerca das medidas a serem adotadas pelo Senhor Luís Inácio Lula da Silva, Presidente da República eleito, com vistas à elevação do salário mínimo nacional para valor equivalente a cem dólares norte-americanos. Também, questionou posicionamentos adotados pelo Senhor Luís Inácio Lula da Silva quanto à interferência do Fundo Monetário Internacional – FMI – nos rumos da economia brasileira. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Vereador Marcelo Danéris formulou Requerimento verbal, aditado pelo Vereador Isaac Ainhorn, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Às dezesseis horas e cinqüenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e cinqüenta e sete minutos, constatada a existência de quórum e, em seguida, foi aprovada proposta apresentada pelos Senhores Líderes de Bancada, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo n° 209/02 (Processo n° 3317/02) seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o  Projeto de Resolução n° 078/02, por vinte e sete votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 157/02, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Luiz Braz. Foi rejeitado Requerimento de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando o adiamento, por cinco Sessões, da votação do Projeto de Lei do Legislativo n° 142/01, por oito votos SIM e treze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Sebastião Melo, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Carlos Pestana e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste e Sofia Cavedon, Não os Vereadores Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e tendo o Senhor Presidente, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Nereu D’Avila e Reginaldo Pujol, prestado informações sobre a tramitação e a votação desse Requerimento. Em Votação, foi aprovado o Substitutivo n° 01, aposto ao Projeto de Lei do Legislativo n° 142/01, considerando-se prejudicado o Projeto original, por quinze votos SIM e oito votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste e Sofia Cavedon. Na ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas, todas relativas ao Substitutivo n° 01, aposto ao Projeto de Lei do Legislativo n° 028/01 (Processo n° 0927/01): de n° 01, proposta pelo Vereador Paulo Brum e assinada pelo Vereador Luiz Braz, Líder da Bancada do PFL; de n° 02, de autoria do Vereador Cassiá Carpes, Líder da Bancada do PTB; de n° 03, proposta pelo Vereador Ervino Besson e assinada pelo Vereador Isaac Ainhorn, Líder da Bancada do PDT. Foi rejeitado Requerimento de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando o adiamento, por cinco Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo n° 028/01 (Processo n° 0927/01), após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Pedro Américo Leal, Cassiá Carpes e Isaac  Ainhorn. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Suplente Cláudio Sebenelo. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 028/01, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Maria Celeste. Às dezoito horas e vinte e um minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, Paulo Brum e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, nós, mais uma vez, vimos a esta tribuna para tratar de uma obra que nós, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, em maio e junho, mostrávamos que era uma obra irregular e que desrespeitava dispositivos da Constituição Federal, da Legislação Estadual e da Municipal. Agora o Ministério Público, órgão isento, e o Instituto de Pesquisas Hidráulicas provam o que nós, já no primeiro semestre dizíamos: que aquela obra, vou repetir aqui - Ver. Adeli Sell, V. Ex.ª que tem defendido aquela obra, junto com o Ver. Marcelo Danéris e outros integrantes da Bancada governista -, mais uma vez, é uma obra irregular, ilegal, inconstitucional, atropelando a sociedade. Quem está dizendo agora não é mais este Vereador, mas o Ministério Público e o Instituto de Pesquisas Hidráulicas. Nós, já no primeiro semestre, com a obrigação que temos e sabedores dessa irregularidade, fizemos uma reunião de três horas e trinta minutos, aqui na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, comprovamos a irregularidade, e a SMAM, órgão licenciador, e o DEP reconheceram que os estudos deveriam ter sido aprofundados. Em cima disso, solicitamos ao Sr. Prefeito a suspensão da obra até que os estudos sejam apurados e aprofundados, porque isso foi confessado pela SMAM e pelo DEP. Não recebemos sequer resposta do Sr. Prefeito, nem para dizer “não”. O que nos restou? Representamos ao Ministério Público, que abriu inquérito civil, solicitou estudos do Instituto de Pesquisas Hidráulicas, o órgão que está elaborando o Plano Diretor de Saneamento Básico para a própria Prefeitura e que mostrou que a baía entre o Veleiros e o Iate Clube vai ficar completamente assoreada - estão aqui as cláusulas -, o que vai comprometer o lago Guaíba e outras Cidades que ficam do outro lado do lago. Sobre isso nós, já no primeiro semestre, alertávamos.

Por que essa intransigência? Por que não reconhecer, de vez em quando, um erro, para, justamente, atender uma demanda que, mais do que comprovada, não pode acontecer, Ver. Adeli Sell.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, eu sou um Vereador da situação, mas não sou cego, tanto que fui lá, fotografei, tive uma audiência, inclusive com a assessoria do Ver. Oliboni, com o DEP, na qual nós mostramos que tínhamos uma apreciação de que havia problemas e pedimos uma reunião conjunta com o DMAE. Portanto, nós, como legisladores, como fiscalizadores, fizemos a nossa parte. Eu acho que, se há uma coisa errada, o Ministério Público é quem determina. Pois, então, se há um erro, o Ministério Público vai encaminhar.

 

O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Adeli Sell. Gostaríamos da sua colaboração neste sentido, porque a Prefeitura não está aceitando assinar o compromisso de ajustamento com o Ministério Público. Essa reunião foi dia 13 de novembro. Nós cumprimos com a nossa obrigação. Nós, Câmara de Vereadores, levantamos o fato. Uma obra que custa 5 milhões de reais. Esses valores estão sendo negligenciados pela Prefeitura. Estão aqui as cláusulas, estão aqui os “considerandos” do Ministério Público; é uma obra que não foi precedida de avaliação de impacto ambiental, que não teve audiência pública; está totalmente ilegal, irregular, uma obra de 5 milhões de reais! O laudo do órgão licenciador, a licença emitida pelo órgão licenciador do Município tem uma lauda e meia, essa é a licença. Nem para uma padaria se dá uma licença de uma lauda e meia, muito menos para uma obra de significativo impacto ambiental e que não pede nenhuma condicionante relativa ao lançamento dos efluentes.

Para agravar, esta obra, teoricamente, apresentada para largar esgotamento pluvial, a própria Prefeitura reconhece o que nós também alertávamos no primeiro semestre, e que o Secretário Municipal do Meio Ambiente dizia que estávamos fazendo alarde na Cidade. Pois, a própria Prefeitura reconhece agora que, além do esgotamento pluvial, com certeza, haverá também o lançamento do esgotamento cloacal, a mistura do esgoto pluvial com o cloacal. Segundo informações do próprio DEP, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa, todo o esgotamento pluvial da Cidade recebe o cloacal. É por isto que a cidade de Porto Alegre é a maior contribuidora para a poluição do lago Guaíba: trata-se apenas o cloacal, mas o pluvial recebe o cloacal e esse pluvial não recebe tratamento prévio nenhum, também desrespeitando a legislação. Esse é o alarde de que nos acusaram no primeiro semestre, mas agora o Ministério Público e o IPH vêm reforçar e corroborar o que estávamos dizendo.

É lamentável que ali entre o Veleiros e o Iate Clube, Ver. Adeli Sell - local turístico, neste fim de semana houve ali o 23.º Campeonato Sul-Americano de Velas e, em 2004, será o Campeonato Mundial de Velas aqui em Porto Alegre -, estejam lançando o esgoto para acabar, segundo IPH, com a baía do Veleiros e do Iate Clube Guaíba. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, no último 13 de novembro, semana passada, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre lançou na Feira do Livro o “Guia de Direitos e Serviços para Pessoas Portadoras de Deficiências”. Queremos dizer da nossa alegria, porque este Guia foi um Projeto nosso, aprovado no ano de 2000, dia 29 de junho de 2000. Esta Lei, de nossa autoria, foi aprovada após muita discussão - ingressamos com o Projeto em 1999. Vou-me permitir ler a exposição de motivos que nós fizemos na época: (Lê.) “Embora assegurado pela Constituição Federal ou por Legislação específica, quer seja ela Municipal, Estadual ou Federal, o que se observa é que, na prática, muitos dos direitos e serviços oferecidos aos deficientes físicos, sensoriais, mentais ou múltiplos, não são gozados em sua plenitude, tanto pela inoperância por parte do Poder Público, quanto pela falta de informação. A eliminação de barreiras arquitetônicas em edificações e logradouros, a reserva de cargos e empregos nos concursos públicos, o acesso facilitado no transporte coletivo, a gratuidade da passagem, a prioridade de atendimento em repartições públicas e privadas, a prioridade no atendimento médico, a adaptação de banheiros, a adaptação de hotéis e motéis e a garantia de linhas de crédito especiais fazem parte do rol dos inúmeros direitos e serviços oferecidos às pessoas portadoras de deficiência.” E a nossa proposta, na oportunidade, visava reunir, de forma ordenada e objetiva, todos os direitos e serviços que são oferecidos aos deficientes.

A Legislação, de forma clara, prevê que nesse Guia de Serviços e Direitos serão arrolados, em ordem alfabética: os serviços de interesse das pessoas portadoras de deficiências, o nome das instituições públicas e privadas com adaptação de acesso, os órgãos de apoio à preservação dos interesses das pessoas portadoras e, também, que parte da edição do Guia de Serviços e Direitos deverá ser impresso em Braile. Ainda não foi impresso. Segundo o Prefeito João Verle, até o final de novembro, sairá uma obra idêntica com uma edição em Braile. Também ficou acertado que parte desse Guia poderá ser subsidiada por empresas privadas.

Queremos ressaltar que este Guia foi totalmente financiado por órgão público. Partes das multas da EPTC foram destinadas a este Guia.

Este Guia está sendo oferecido, gratuitamente, para todas as pessoas portadoras de necessidades especiais, aquelas pessoas que lidam com essa matéria, bem como para todas as entidades pertinentes a essa temática. Sem sombra de dúvida Porto Alegre dá um grande passo nessa temática, inovando e colocando à disposição de todos os usuários aquilo que tem de mais moderno dentro da legislação.

Então, como autor da Lei, só me cabe agora divulgá-la e ao mesmo tempo dizer que, após dois anos, o Executivo finalmente cumpre o seu papel: colocar em prática aquilo que estava previsto na Lei.

Eu volto a dizer, com isso, que quem ganha, mais uma vez, é a população de Porto Alegre, que vai ter ao seu dispor aquilo que existe em termos de legislação, seja no Município de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul ou no nosso Brasil.

Então, essa legislação estará à disposição de todas as entidades e, na próxima semana, todos os Vereadores também receberão um exemplar, o que eu peço que divulguem em todas as instituições que estiverem ligadas a essa temática. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Carlos Pestana, em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Nedel, na presidência dos trabalhos; Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, na semana passada eu trouxe para a apreciação das Senhoras e dos Senhores, e de todos aqueles que acompanham as Sessões pela TV Câmara, um gravíssimo problema que estamos tentando enfrentar, que é a questão da venda de óculos de grau e de sombra em bancas de camelô na cidade de Porto Alegre.

Esse é um problema muito grave, eu diria gravíssimo, porque temos, advindos daí, problemas de saúde, alguns, inclusive, irreparáveis no futuro.

A imprensa da Capital tem inclusive tratado desse tema, e os especialistas da área têm dado guarida às questões que venho tratando aqui nesta Casa sobre esse problema.

Hoje vou tratar de outra questão, que é a venda de alimentos em condições inadequadas em nossa Cidade. Venho mantendo diálogos com a nossa Secretaria Municipal de Saúde, que, por sinal, na questão de vigilância de alimentos, tem feito um trabalho exemplar. Essa é uma atividade muito difícil, pois não se pode controlar absolutamente tudo, e, nesse sentido, temos de fazer campanhas educativas inclusive convencendo a população de ela ser, antes de mais nada, fiscal do que come e trazer à baila os problemas que há.

Nós temos, por exemplo, nos finais de tarde, à noite e nos finais de semana, uma disseminação de carrocinhas de cachorro-quentes, na Av. Salgado Filho, em condições inadequadas, que já mereceram algumas fiscalizações, mas, na minha opinião, não basta apenas a Saúde entrar nessa batalha. Nós temos um outro problema - e eu gostaria ver o Ministério Público, os Conselhos Tutelares e outros órgãos agindo - que é a venda de bebidas alcoólicas, como ocorre em finais de tarde, em finais de semana, em Ipanema. Muitas vezes eu contatei o Conselho Tutelar 6, que é da região de Ipanema, e não tive nem sequer retorno. Imaginem, as senhoras e os senhores, quando um cidadão ou uma cidadã comum aciona o Conselho Tutelar, quando vê que está sendo vendida bebida alcoólica para crianças e jovens, o que não pode ser feito, muito menos em local público, na rua, como acontece na orla do Guaíba.

Ainda, na questão da venda de alimentos, preocupa-nos também - por isso apresentamos uma proposta, ela está tramitando na Casa, ela seria de adequação - a venda de alimentos em toda a orla do Guaíba. Portanto, estamos fazendo uma proposta, estamos dialogando com a sociedade, com o Poder Público local e com as autoridades responsáveis pela fiscalização - a Vigilância Sanitária do Município e do Estado. Essa é outra questão a qual nós temos que estar muito, muitíssimo atentos.

Mais uma vez, na questão de alimentos, nós temos um Mercado Público exemplar, cada vez com mais atrativos. Na semana passada, na ocasião de uma homenagem, dizíamos que o SEBRAE está montando, junto com a Prefeitura, junto com a Junta Comercial, aquele processo da Empresa Fácil no segundo piso do Mercado; assim, mais e mais pessoas acessarão o Mercado. Mas, para chegarmos ao Mercado, temos de atravessar uma outra ilegalidade, que é uma feira informal e ilegal de frutas, que prejudica a feira que é legalizada no terminal da Praça Parobé. Então, são esses alguns dos problemas da questão da venda de alimentos na nossa Cidade, aos quais nós temos que dar uma atenção muito especial.

Eu posso dizer que tenho encontrado guarida e sustentação na municipalidade, através da Vigilância de Alimentos; e registro o mérito de seu quadro de funcionários qualificados. Já não tenho tido a mesma ventura com o Conselho Tutelar, quando denuncio a venda de bebidas alcoólicas. Espero que as outras questões, aqui, sejam ouvidas e que, finalmente, tenhamos uma solução positiva para a cidade de Porto Alegre, pois nós esperamos milhares de pessoas para o Fórum Social Mundial, no início de janeiro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, por cessão de tempo do Ver. Cassiá Carpes, em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, dentre as funções que correspondem ao Vereador desenvolver, uma se enquadraria no sentido de auxiliar, por assim dizer, as diferentes questões que são observadas no Município de Porto Alegre. Seria uma função auxiliar, por assim dizer, uma função de assessoramento, noticiando ao Chefe do Executivo situações que ocorrem em Porto Alegre, através de um instrumento que teve, no passado, uma importância extraordinária, que é o denominado pedido de providências. Muitas vezes a sua fragilidade determinou que Vereadores passassem a fazer projetos de lei sobre muitas questões que não são matéria de projetos de lei, e sim matéria ligada à Administração.

Eu tenho feito, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, alguns pedidos de providências ao Executivo. No passado se recebiam inclusive respostas a esses pedidos de providências. Por outro lado, determinados Vereadores... Eu, felizmente, nunca recebi a resposta de que determinada situação deveria ser tratada pelo Orçamento Participativo. Nunca recebi essas respostas, até para não ser mal-educado com referência a uma resposta que se possa receber do Chefe do Executivo nesse sentido. Mas, de qualquer forma, não temos recebido, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, as respostas aos pedidos de providências. Isso, ao longo do tempo, determinou que muitos Vereadores, como disse, transformassem uma série de matérias em objeto de lei, em projeto de lei, quando, na realidade, algumas questões não são substância  de lei. Então, há uma série de questões que os Vereadores, inclusive este Vereador, nas andanças pela Cidade e por seus problemas, vão encontrando e, a partir daí, vão formulando os referidos pedidos ao Chefe do Executivo. Mas as respostas não têm vindo, esta é a grande verdade. Então o instrumento se fragilizou.

Estou pedindo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pequenas coisas, por assim dizer, coisas simples. Ali junto à Av. Assis Brasil, exatamente na Volta do Guerino, há um problema que se vem arrastando, que é a colocação de uma grade de proteção exatamente naquela curva, naquele “cotovelo” de uma área extremamente movimentada. Inclusive ali há uma tenda de revistas, e vários carros já bateram. As pessoas, quando querem fazer a travessia da Avenida, dada a estrutura viária - que é uma espécie de curva fechada –, aproximam-se e os carros “fecham em cima”, como se diz, e há casos de pessoas levarem o retrovisor no rosto, por exemplo. Já houve esses casos e tantos outros. Então estamos fazendo um pedido, através de pedido de providências, no sentido de se colocarem ali grades de proteção, coisas simples que essas empresas colocam, em troca de propaganda.

Então, estamos na tribuna para reiterar esse pedido que temos feito ao Município, ao Chefe do Executivo, no sentido de colocar ali grades de proteção, para proteger as pessoas, inclusive para proteger aquela banca de revistas, onde trabalham pessoas e, mais de uma vez, carros já bateram. Então, ali, na Av. Assis Brasil, exatamente na Volta do Guerino, faz-se imprescindível a colocação de um guard-rail, enfim, dessas telas de proteção, para que tragédias maiores não venham a ocorrer. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra, em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Quero trazer ao Plenário desta Casa a nossa preocupação com um dos mais graves problemas enfrentados pela nossa Cidade. Esta preocupação cresce no momento em que foi noticiado o fato, na semana passada, pela imprensa, de que Porto Alegre era a cidade onde mais as crianças consumiam drogas dentro das escolas. Porto Alegre ocupava as páginas da imprensa nacional como a cidade que, segundo pesquisas da UNESCO, tinha o maior número de crianças e adolescentes que usavam drogas ilícitas e lícitas.

A pesquisa da UNESCO deixou os profissionais da área da educação, a comunidade em geral, as famílias, mais do que preocupados, perplexos inclusive, tendo em vista que a avaliação das condições de Porto Alegre, nessa área - a não ser para quem efetivamente trabalhava com esse setor -, não era essa. A imagem passada sobre a realidade das escolas de Porto Alegre não correspondia à realidade dos fatos do cotidiano das crianças nas escolas.

Neste final de semana novos dados nos assustaram: um relatório dos seis últimos meses sobre a situação de violência em vinte capitais brasileiras mostrou dados alarmantes da Cidade. Porto Alegre bate recordes na criminalidade; Porto Alegre lidera o ranking de latrocínios; cresce em Porto Alegre o número de assaltos com violência.

Começa a assustar a possibilidade de nós nos transformarmos em um dos pontos do País em que o Estado perde o controle sobre as regiões da Cidade. Se os dados do Ministério da Saúde, dos seis últimos meses, são extremamente graves, há também a publicação de uma pesquisa dos últimos quatro anos sobre o crescimento da violência no Rio Grande do Sul, e fundamentalmente em Porto Alegre, que apontam várias causas desse crescimento da violência na nossa Cidade: as causas econômicas, sociais, demográficas, mas também as causas morais, culturais e legais.

A falta de credibilidade da política pública na área da segurança, a crise institucional no aparato no Estado e a situação de impunidade crescente em relação àqueles que praticam os crimes são fatores extremamente importantes para o crescimento do índice de violência de qualquer cidade.

Como cada vez mais os Municípios são chamados a dar a sua contribuição na luta contra a violência, e pela construção de uma política de segurança, eu acho que esse tema tem de voltar a esta Casa para a análise da contribuição que nós, os Vereadores, temos de dar na busca da solução para Porto Alegre no que se refere à questão do crescimento da violência e do crescimento da criminalidade. Nós, os Vereadores, mais uma vez temos que priorizar essa questão, procurando a responsabilização dessa situação que hoje beira o caos na nossa Cidade, a questão de insegurança e do crescimento da violência.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart, em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, também as pessoas que nos assistem pela TV Câmara, eu queria saudar todos. Com muita clareza a Ver.ª Clênia Maranhão se pronunciou a respeito da nossa insegurança aqui na nossa Cidade, no nosso Estado. É o assunto sobre o qual vou falar, também, no dia de hoje.

Assim como várias pessoas que leram a coluna do Jornalista Barrionuevo, que é assustadora, acho que todos os nobres Vereadores, os colegas desta Casa tiveram oportunidade de lê-la, onde diz: “O Rio Grande do Sul bate recordes de criminalidade. Os economistas Tadeu Viapiana e Julio Gregory Brunet desenvolveram um estudo mais amplo do que a Secretaria Nacional de Segurança Pública apresentou na semana passada em relação ao Rio Grande do Sul. O estudo, que vai virar livro, mostra os padrões de criminalidade sob a batuta de José Bisol ao longo de quatro anos.”

Aquelas pessoas que me ligaram de manhã, foram várias, porque sabem que eu trabalho muito, a gente luta muito nessa área de segurança. As pessoas que leram a coluna do José Barrionuevo também estão extremamente assustadas, preocupadas com o índice da insegurança que acontece na nossa Cidade. E essas pessoas têm razão, como acho que nós todos temos, porque os dados aqui são assustadores. Roubos: de 1998 a 2001, a taxa de roubos cresceu 62,62%, e no Rio Grande do Sul o crescimento é um dos maiores e assim por diante.

Vejam V. Ex.ªs, quando o Governador Olívio Dutra assumiu o Governo, todos nós achávamos que, pelo menos, a Secretaria de Segurança iria ter uma mudança para melhor. Mas, infeliz e tristemente, sou obrigado a dizer, aqui nesta tribuna, que essa mudança aconteceu, mas foi para pior. (Lê.) “O dado mais inquietante é que, mantida a atual tendência, o Rio Grande do Sul experimentará um aumento de 10% nas taxas de roubo a cada seis anos, ocorrendo o mesmo com a taxa de furto, que dobrará a cada sete anos. Diante dessa dramática possibilidade, o estudo considera indiscutível a necessidade de se modificar o modelo de operação do sistema de segurança pública do Rio Grande do Sul.”

Quero dizer aqui às pessoas que nos assistem pela TV Câmara e que nos ligaram na parte da manhã que estamos atentos e que esperamos – e o Estado como um todo – que o próximo Governo faça uma mudança muito profunda na Secretaria de Segurança Pública, para que o nosso povo, a população da Cidade e do Estado tenham um pouco mais de tranqüilidade.

Todos nós, toda a Casa e todos os segmentos da sociedade devem ajudar o nosso Governo para que ele tome um outro caminho e não o que está acontecendo, hoje, em termos de segurança pública, para a nossa população do Rio Grande.

Para encerrar, Sr. Presidente, aproveito também para mandar um abraço muito fraterno aos gremistas, que se classificaram, e muito especialmente ao Internacional, que saiu daquele sufoco, pois a metade do nosso Rio Grande estava nesse sofrimento.

Ver. João Bosco, o Cláudio Duarte demonstrou sinceridade e um trabalho com muita profundidade, conseguindo, graças a Deus, aliviar o sofrimento da metade do nosso Rio Grande. Vamos ter a oportunidade de entrar, nesta Casa, com uma Moção de Solidariedade, porque o Claudião merece.

Para encerrar, Sr. Presidente, quero aproveitar para estender, mais uma vez, o convite para que as pessoas visitem a Festa do Pêssego e assim dêem mais incentivo aos nossos produtores. Teremos mais um final de semana para visitar a Festa e comer um pêssego de excelente qualidade. Será mais um incentivo para os nossos heróicos produtores da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, os jornais, em especial o jornal Zero Hora, trazem um amplo noticiário acerca do crescimento da violência com manchetes como, por exemplo, da Coluna do jornalista Barrionuevo: “Rio Grande do Sul bate recordes na criminalidade.” Em cima de todo um trabalho técnico feito por dois economistas, que alarma a todos, coloca o Rio Grande do Sul numa situação de competitividade, no campo da criminalidade, com outros Estados e Regiões Metropolitanas da Federação, em especial Rio de Janeiro e São Paulo.

Sobre a segurança, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós já tivemos a oportunidade de travar aqui alguns debates, chamando a atenção para toda uma política, a nosso entender e a nosso juízo, equivocada do atual Governo, impondo-se ao novo governante que, a partir de janeiro governará o Estado, adote aí políticas de segurança no sentido de travar esse avanço, enfim, essa situação por que passa o nosso Estado.

Mas, agora, a discussão é a questão basicamente do crescimento da violência. Os jornais trazem informações da própria ONU, relacionando à droga nas escolas em Porto Alegre, nos colocando numa situação – que eu acho que o assunto deve ser aprofundado – de verdadeiros recordistas da droga nas nossas escolas. Então, são dados preocupantes.

Agora, a questão da violência. Tivemos, nesse final de semana, um rol imenso de eventos ligados à criminalidade, batendo os próprios recordes de meses e anos passados. Então, é uma situação profundamente preocupante, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, porque há uma concausa, uma série de causas que concorrem para a delinqüência. Num passado recente, se jogava toda a criminalidade em cima da questão social. É evidente que a questão social tem um peso, a questão econômica tem um peso no desencadeamento da delinqüência, mas é apenas um peso, a delinqüência tem outras causas! E, a meu entender, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há uma série de mecanismos que a sociedade, cedo ou tarde, terá que adotar, que é a alteração da legislação penal. É comum, inclusive já apossado pela opinião pública, prendem e soltam, coisas dessa ordem. Então, nós vamos ter que tocar no Código Penal para tentar minimizar a questão da delinqüência. Não é mais possível que se continue a tratar crimes hediondos, delinqüência nas suas variáveis, as mais violentas, da forma como vêm sendo tratados. Eu penso que os países que conseguiram ter um avanço na questão da segurança e no aplacamento da delinqüência colocaram tolerância zero com o crime. Então, um novo pacto, neste país, haverá de surgir, muito cedo, no sentido de termos tolerância zero. Não é possível continuarmos a assistir ao que temos assistido com a delinqüência, num crescendo sem freio e sem limite. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson, em Comunicações.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente dos trabalhos Ver. Oliboni, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, os colorados estão contentes e sorrindo, mas eu preciso falar de um Projeto do Grêmio, de autoria deste Vereador, que tramita nesta Casa. No ano de 2000, apresentei um Projeto que foi transformado em lei, sancionado pelo Sr. Prefeito, que desafetou do uso comum aquela área entre o Largo dos Campeões e a Rua José de Alencar. E aquela área passou a pertencer ao Grêmio, que é dono de todos os imóveis que estão na sua redondeza. E o Grêmio fez uma bonita obra ali, que é o cartão de apresentação de quem entra no Estádio Olímpico pelo Largo dos Campeões. Só que aquela rua, Ver. Isaac Ainhorn, continuou a se chamar Dona Cecília. Não há por que aquela rua continuar se chamar Dona Cecília, se ela foi desafetada do uso comum. Então apresentei um Projeto nesta Câmara, transformando só aquela quadra do Largo dos Campeões até a Rua José Alencar, onde o Grêmio colocou o portão, transformando essa rua em Patrono Fernando Kroeff; da José de Alencar até a Azenha continua a rua se chamando Dona Cecília. Esse é o Projeto complementar – que estou chamando – em relação àquela área.

Primeiro, este Vereador apresentou e os Srs. Vereadores... V. Ex.ª, inclusive, votou favoravelmente, desafetamos do uso comum, e agora aquela parte do Largo dos Campeões até a Rua José de Alencar, que é onde o Grêmio construiu uma praça e colocou o portão mais à frente, vai passar a se chamar Patrono Fernando Kroeff.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, é importante salientar, dentro do raciocínio sustentado por V. Ex.ª, o princípio de que não vai se dar prejudicialidade alguma, porque dentro daquela área interior não existem números de casas; se existissem, daria problema de escrituras. E como não existem, não há problema nenhum.

Quero saudá-lo, pois acho que V. Ex.ª homenagear Fernando Kroeff, essa figura que transcende, que não é somente o Patrono do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, mas é também uma figura estimada por todos os trabalhos, por tudo o que representou do ponto de vista da atividade rural no Estado do Rio Grande do Sul. Parabéns a V. Ex.ª.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Muito obrigado, Ver. Isaac Ainhorn.

Um outro Projeto, Ver. Elói Guimarães, é um Projeto por que nós temos atuado muito na área dos taxistas. V. Ex.ª foi Secretário dos Transportes do Município e seguidamente V. Ex.ª ou eu somos procurados pelos sindicatos para amenizar essa situação. E eu protocolei – e já tramita na Casa –, no dia 5 de dezembro vai fazer um mês, eu vou pedir urgência, o art. 81, porque esse Projeto é de interesse dos dois sindicatos e também da EPTC. É um Projeto que altera, Ver. Elói, uma Lei de 1989, Ver. João Dib, quando a inflação, com o Presidente José Sarney, era de 80%. Foi feita uma Lei, nesta Casa, onde a tabela e a bandeirada inicial só poderia ser majorada quando o preço da gasolina passasse de 14%. Como, felizmente, não temos mais 80% de inflação, a pedido dos dois sindicatos e da própria EPTC, que concordou, apresentei o Projeto, trazendo esse índice para 8%. Quando a gasolina ultrapassar os 8%, em vez da bandeira 2, o quilômetro vai ser ajustado pela EPTC.

Então, preciso do apoio dos nobres companheiros e companheiras desta Casa para que possamos aprovar esses dois Projetos: o que dá o nome do Patrono Fernando Kroeff àquela parte daquela rua do Largo dos Campeões, na Rua José de Alencar, que foi desafetada do uso comum por um Projeto deste Vereador, e essa modificação da Lei a pedido dos dois sindicatos de taxistas de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 3248/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 203/02, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que dispõe sobre a distribuição de medicamentos genéricos a pacientes, comprovadamente carentes, portadores de enfermidades crônicas.

 

PROC. 3283/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 110/02, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita de Porto Alegre à Atriz Julia Lemmertz Dias Borges.

 

PROC. 3299/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/02, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Rio Maria um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Cascata.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 3013/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/02, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989, que institui e disciplina o Imposto sobre a transmissão “inter-vivos”, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos.

 

PROC. 3153/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 196/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que obriga as empresas revendedoras de pneus a recolhê-los quando inutilizados ou velhos, mediante a apresentação da nota de compra, dando a esses pneus destinação sem causar poluição ambiental.

 

PROC. 3154/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 068/02, que autoriza a alienação aos lindeiros Adolpho Kurth Hanke, Elizabeth Campana de Souza Lima, Adriana Mota da Silva Barcellos e Vicente Ferreira de Lima, de imóvel próprio municipal localizado no loteamento Três Figueiras, destinado a passagem de pedestres número 05, entre as Ruas Desembargador Hugo Candal e Coronel Assis.

 

PROC. 3157/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 103/02, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que institui o Prêmio Vânia Araújo Machado, que será concedido a mulheres que se tenham destacado por sua luta na defesa dos direitos das mulheres.

 

PROC. 3262/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 205/02, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Praça Albert Sabin um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Santana.

 

PROC. 3317/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 209/02, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto alegre ao Professor Doutor Donaldo Schüler.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1148/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, que dispõe sobre a preservação do patrimônio histórico e cultural de origem africana no Município de Porto Alegre e dá outras providências complementares a Lei nº 275, de 06 de Abril de 1992, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 005/01, ambos de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

PROC. 3175/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 197/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua José da Rocha Espindola um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Serraria.

 

PROC. 3178/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 198/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que cria a GIBITECA nas bibliotecas das escolas da rede pública municipal.

 

PROC. 3185/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 200/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que destina o corredor de ônibus da III Perimetral para a prática de lazer e recreação da população aos domingos e feriados.

 

PROC. 3206/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 105/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético à atleta Júlia Matzenbacher dos Santos.

 

PROC. 3207/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 106/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Grupo de Pagode Itinerante.

 

PROC. 3211/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 201/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que institui, no Município de Porto Alegre, o Disque Solidariedade e dá outras providências.

 

PROC. 3212/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 107/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sr. Odalgir Alfredo Lazzari.

 

PROC. 3224/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 108/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha ao Professor Jorge Tadeu Nascimento Silveira.

 

PROC. 3314/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 073/02, que desafeta área de uso comum do povo e área de uso especial, autoriza o Município de Porto Alegre a permutar imóveis desafetados com CEISA – Condor Empreendimentos Imobiliários S.A.; por área destinada ao Parque Alemanha, devidamente urbanizada, e dá outras providências.

 

PROC. 3233/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 070/02, que cria cargos de provimento efetivo na Administração Centralizada do Município e dá outras providências. (nutricionista)

 

PROC. 3234/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 071/02, que cria cargos de provimento efetivo na Administração Centralizada do Município e dá outras providências. (engenheiro florestal)

 

PROC. 3235/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 072/02, que cria duas Funções Gratificadas junto ao Quadro do Magistério Público Municipal e uma junto ao Quadro da Administração Centralizada.

 

PROC. 3250/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 109/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Sr. Joaquim Moreira Brochado Amaral.

 

5ª SESSÃO

 

PROC. 2961/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 101/02, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que altera a redação do “caput” do art. 196 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). (renovação de votação)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Caro Ver. Oliboni, Presidente dos trabalhos; Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu volto a insistir num Projeto de minha autoria, que se preocupa fundamentalmente com a questão ambiental. Eu vou tentar explicar que de nada adianta uma boa lei federal se ela não tiver “os pés na realidade”. Todas as questões que tratam dos pneus velhos têm boas intenções; existem boas resoluções. No entanto, dizer que o fabricante deve receber o pneu de volta de nada adianta, absolutamente. Vendo essa brecha na Legislação, eu estou propondo aos Vereadores uma legislação municipal que dê conta dessa brecha da Lei. Se o fabricante é distante, não necessariamente conhecido de quem vai comprar o pneu, todos sabemos quem é o intermediário. Quem vende? É o revendedor em nível local. Pois é a ele que temos de nos reportar. É por isso que, apoiado nessa questão, propus uma lei municipal que mencionasse que todos os pneus velhos pudessem ser, mediante a nota fiscal, devolvidos ao intermediário, ao revendedor da cidade onde se compra o pneu. De nada adianta uma lei que diz que podemos devolver ao fabricante, se ele fica distante. Uma lei federal dessas de nada adianta. É aqui que temos de cumprir o nosso papel como legisladores municipais, e é nesse sentido que venho colocar essa questão.

Volto a esse tema porque, há poucos dias, e agora retomando novamente, está sendo feita uma campanha contra a dengue. Onde nós encontramos os maiores focos de proliferação de mosquitos? Nas águas estagnadas em pneus velhos que são jogados ao léu. Inclusive ontem eu reparava, por isso vou dialogar mais uma vez com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, que num dos lugares onde há colocação de aterro no Cristal há uma verdadeira montoeira de pneus. Parece-me que não é no lugar onde se coloca caliça para fazer a arrumação que está sendo feita que se deva colocar os pneus. Até estavam colocados de lado. Parece-me que isso é o adequado, pois deve haver algum destino.

As Senhoras e os Senhores devem saber que a Secretaria Municipal de Obras e Viação, dirigida pelo nosso colega Guilherme Barbosa, está fazendo a primeira experiência na utilização de pneus velhos triturados para serem colocados no asfalto. Já temos uma experiência em Porto Alegre; a CONCEPA, empresa que tem a concessão dos pedágios da 290 também já teria utilizado esse mecanismo; a Prefeitura de Santa Cruz do Sul também já teria utilizado pneus na construção de casas populares. Hoje, aos processos modernos de reciclagem está sendo colocada mais essa possibilidade.

Falo mais desse Projeto hoje porque o dia 22, na próxima sexta-feira, será o Dia Municipal do Reciclador e da Reciclagem do Lixo, Projeto nosso, Lei votada, sancionada pelo Prefeito, e já tivemos atividades nesse sentido. Por estar próximo o Dia Municipal do Reciclador e Reciclagem do Lixo, mais uma vez se coloca a questão da preocupação com o ambiente, em especial com a questão dos pneus usados. Digo isso porque, no Congresso Nacional, o Deputado Federal, hoje Senador da República eleito, Paulo Paim, levou essa questão, por iniciativa nossa, para que “reciclador” seja uma profissão legalizada em nosso País. Nós sabemos o quanto é importante a preservação ambiental. Nós, quando circulamos, vemos. Às vezes vemos, na própria Rodoviária, o pessoal, ali, no ponto de táxi, tomando café e colocando, infelizmente, o copo de plástico no chão. É um problema ambiental que tem de ser enfrentado por todas e por todos.

Nós estamos aqui para falar sobre essas questões, pedindo a apreciação das Sr.ªs Vereadoras e dos Srs. Vereadores para este Projeto, que é sobre o destino dos pneus usados. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, na direção dos trabalhos, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, quero, inicialmente, saudar e parabenizar o meu caro amigo Vereador e Professor Garcia, que teve uma Lei regulamentada pela Prefeitura, lei que criou, aqui no Município de Porto Alegre, o Guia de Direitos e Serviços para a Pessoa Portadora de Deficiência. Penso que é um equipamento, um mecanismo a mais, para que as pessoas portadoras de deficiência saibam dos seus direitos e onde buscá-los.

Sr. Presidente, por outro lado, o que me deixa pasmo são certas ações. Por mais que a gente busque lutar, por mais que a gente busque, como parlamentar, fazer leis, buscar ações que possibilitem, no direito e de fato, no dia-a-dia, que as pessoas portadoras de deficiência tenham o seu direito de cidadãos em todos os sentidos: o direito à vida, o direito de viver, de sonhar e de construir o seu mundo e a sua história - ocorrem fatos como o seguinte: o jornal Correio do Povo, de ontem, traz como notícia um assunto que pensei estar superado: “Pessoas portadoras de deficiência podem ter voto suprimido.” É uma matéria do jornal Correio do Povo que, em síntese, diz que todo o portador de deficiência, seja ele cego, surdo, com problema mental ou físico, vote se quiser, ou seja, torna o voto do cidadão portador de deficiência facultativo. Pasmem, Srs. Vereadores, é uma proposta de Emenda à nossa Constituição, à Constituição-cidadã, que nós escrevemos.

Antes da Constituição de 1988, nós, pessoas portadoras de deficiência, éramos considerados cidadãos de segunda classe, os inválidos, aqueles que não serviam para nada, até aposentadorias por invalidez nos foram concedidas. Nós lutamos para acabar com isso, nós fomos às urnas e elegemos os nossos representantes para, exatamente, nos defenderem sobre todos esses aspectos que nos dizem respeito. O Deputado Aldir Cabral e outros apresentaram uma proposta de Emenda à Constituição, que – pasmem! - foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal e do Senado, por unanimidade. No dia 06 de novembro foi aprovado por unanimidade o parecer desse deficiente moral. Pelo amor de Deus, no mundo de hoje, nos dias de hoje, nós termos que nos deparar novamente com uma barbaridade que põe as nossas conquistas, as nossas lutas todas “por água abaixo”! Sabem qual é a justificativa desse imbecil? Que o que nós conquistamos... E o que nós conquistamos não é nada; é apenas o direito de cidadão, o direito que você, amigo, que você, amiga, tem, o direito que os Srs. Vereadores têm, que é viver, que é o acesso livre, que é o direito enfim, de viver, e, nesse caso específico, é apenas o direito de votar. Mas como, ele diz, fica difícil para os prédios adaptarem-se, fica muito difícil colocar um elevador que dê acesso às urnas, ou uma rampa para que o cidadão de cadeira-de-rodas possa chegar até o local de votação, então esse imbecil descobriu que é mais fácil dizer: “Vocês não precisam votar, vocês são coitadinhos, vocês fiquem em casa e depois só botem lá um atestado, lá da Justiça, dizendo que vocês não quiseram votar, porque não tiveram acesso às urnas.” Olhem, senhores, o absurdo a que nós chegamos. Olhem os imbecis que estão lá nos representando. Eu fico pasmo, meu Deus do céu, que pavor; esse processo me deixa tremendamente revoltado. Ele pensa que resolveu todos os nossos problemas, Ver. Pedro Américo Leal, colocou lá uma Emenda, e os outros imbecis aprovaram por unanimidade, veja a preocupação que temos, trezentos, quatrocentos Deputados vão votar a redação final, e isso vai ser colocado na nossa Constituição.

Outro besta lá colocou que o transporte coletivo não precisa ser adaptado, para quê? O coitadinho tem de ficar em casa, tenho de ficar lá no quintal tomando sol, para que vou querer ir para a rua, para atrapalhar os outros? Esses são os nossos representantes que estão no Congresso Nacional. Eu fico apavorado. Nós que conseguimos, sim, com a ajuda desta Câmara, esse Guia emitido pela Prefeitura, grande parte dele saiu deste Plenário, com a sensibilização dos Srs. Vereadores; nós construímos, talvez, uma das melhores legislações, não em nível de Brasil, mas por quê? Porque estava aqui na Casa alguém, felizmente fui eu, mas outro poderia ser, que debateu, que defendeu essas nossas conquistas. E lá, em Brasília, estamos nas mãos desses imbecis, Dep. Aldir Cabral e outros, que aprovaram por unanimidade, que descobriram o seguinte: vocês não precisam votar, o que vocês querem, em dia de chuva, empurrando suas cadeiras de rodas, as suas bengalas para dar mais custo para o Poder Público?

A Lei é bem clara, e diz que todos os prédios públicos e de uso público têm que ter acesso. Não estamos pedindo nada, não queremos esmolas, não queremos dinheiro, queremos o direito de com as nossas cadeiras de rodas, nossas bengalas, nossas muletas termos o mesmo direito de qualquer cidadão; o direito à vida! Não podemos admitir que um imbecil, que um deficiente moral, nem quero dizer outros adjetivos... Mas tenham a certeza de que não vai ficar assim. Se para escrever a nossa Constituição, nós colocamos as nossas cadeiras de rodas na rua, colocamos nossas bengalas, nossas muletas, tenho certeza de que não vai ficar assim. Nós vamos mobilizar, sim, toda a nossa força para que essas besteiras não venham a se concretizar na nossa história, a história da nossa vida. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Ex.mo Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O que é a vida de um Vereador? É uma vida rotineira. Ele aguarda a oportunidade de ser útil à cidade, com idéias novas e quando ele as vê frustradas, entristece. Principalmente, quando vem do Executivo a desatenção. Todos que me conhecem sabem que tenho um nome, é Pedro Américo Leal. Por que terá sido a colocação deste nome de família qual nome procuro zelar e me deslocar como se fosse um farol? A lealdade é difícil! É muito difícil! E principalmente na vida legislativa quando o Executivo não dá consideração; quando chega ao ponto de saber que tenho um Projeto, entre outros projetos que tenho, e nunca pedi o art. 81, porque acho que as Comissões têm que dar o  seu Parecer. Quando, por exemplo, vejo no Diário Oficial de Porto Alegre o seguinte: “Visitantes terão ônibus especial para passeios.” E surpreendido noto que tenho um projeto há dois anos dormitando para que venha ao Plenário até ser aprovado ou rejeitado. Mas por que fazer isso com o Vereador? Vereador quer ajudar! Ele não quer prejudicar.

E mais, deixando isso de lado eu vejo simultaneamente: Entrada de Porto Alegre terá visual renovado. Mas meus senhores, antes de conhecer a minha mulher, há sessenta e tantos anos, quando espreitava Porto Alegre, vindo do Rio de janeiro, deixando Fortaleza para vir à Escola Preparatória de Porto Alegre, olhava para a Cidade e dizia, já disse aos senhores, aqui, várias vezes: Como Porto Alegre é feia!

Por que dizia isso? Porque o aspecto, a fisionomia da Cidade não abraça a gente. Porto Alegre é linda, mas após você romper esse aspecto terrível que é o frontispício da Cidade. Carregamentos de areia, Rua Voluntários da Pátria, uma série de senões que precisam ser removidos como o casario tombado, mas velho.

Pois bem, o Executivo mandou para cá – e falei hoje com o amigo e Ver. Danéris, profundamente consternado: ninguém foi capaz de se lembrar que eu proclamo isso há cinqüenta e tantos anos, e trabalhei para sua concretização.

Já estive consultando Secretários de Municípios, o Burmeister, por longos anos, o Ver. Danéris nem era Vereador, isto há cinco, seis anos, quando procurava resolver esse problema que estava fora das minhas forças, porque redunda em dinheiro e dinheiro você não tem como legislador.

Fizeram as hipóteses todas dessa modificação e não me chamaram nem para ser o relator da Matéria, que foi o Ver. Pujol.

Mas olhem, é preciso consideração com o companheiro. A primeira lei que existe é a lei da camaradagem. Sem ela, como eu dizia ao Bisol, quando Deputado: V. Ex.ª hoje infringiu a lei da camaradagem. V. Ex.ª é Desembargador, mas infringiu a lei da camaradagem, do companheirismo. E ele, de cabeça baixa, ouviu tudo isso e mais.  V. Ex.ªs se lembram que fiz um Projeto de Lei beneficiando os possuidores de apartamentos que não tinham como estacionar os seus carros? Pois ninguém me procurou, ninguém me agradeceu. Também não quero, não quero. Sou Vereador para isso, para que eles colocassem os seus carros independente de cobrança por parte da Prefeitura. Sabem o que a Prefeitura fez em plena vigência de minha Lei? Não tomou conhecimento, largou um decreto, regularizando todo o movimento dos automóveis. Ora, meus senhores do Executivo, respeitem o Legislativo, me respeitem, não façam isso, não se trabalha assim. De onde eu vim, da caserna, isso não se faz. E me revolta muito quando vejo isso no mundo civil. O mundo Militar não vive assim. Graças a Deus. Vamos procurar não incorrer em três erros como esse, em desprestígio de um Vereador que trabalha. Porque, o que pode fazer um Vereador senão trabalhar?

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Para concluir, Vereador, acabou o seu tempo.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Obrigado, Sr. Presidente, estou muito triste com o Executivo, o PT não devia fazer isso. Isso não se faz com quem trabalha.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, compareço nesse tempo de Liderança aqui para lamentar o desrespeito, eu não diria desrespeito, a desconsideração do atual Prefeito de Porto Alegre para com este Legislativo. E vou dar os fundamentos, não vou deixar na retórica, na mera afirmativa, e queria que os meus colegas Vereadores, Ver. Dib, avaliassem se o Prefeito de Porto Alegre, atual, que foi eleito Vice-Prefeito, está exercendo a Prefeitura em razão de um mandamento constitucional absolutamente correto. Com a renúncia do Prefeito, automaticamente, tornou-se Prefeito da cidade de Porto Alegre. Eu gostaria, Ver. Pedro Américo Leal, meus colegas que estão presentes neste Plenário, que avaliassem. Eu estou fazendo esse questionamento sobretudo para os Vereadores, expressão maior da representação popular desta Cidade.

O Sr. Prefeito João Verle assumiu, no início do mês de abril, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre em função da renúncia do Sr. Dr. Tarso Genro, muito bem. Passaram-se esses meses todos: abril, maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro e estamos chegando ao final do ano legislativo. As vezes em que foi visto o Sr. Prefeito nesta Casa foi para obedecer um mero mandamento de entregar o Orçamento diretamente no gabinete do Sr. Presidente desta Casa, até porque a Lei Orgânica assim determina. Quero dizer que estranho muito esse comportamento, porque, em nenhum momento, o Sr. Prefeito, que pode vir a esta Câmara espontaneamente, veio falar no que quisesse, há dispositivo regimental assegurando isso, está presente no art. 135 do Regimento da Casa. (Lê.) “O Prefeito comparecerá espontaneamente à Câmara para prestar esclarecimento após entendimento com o Presidente da Casa, que designará dia e hora para recebê-lo no Plenário.” Em nenhum momento, o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre João Verle, que está há dez meses no cargo de Prefeito de Porto Alegre, esteve nesta Casa justificando os seus projetos, apresentando as suas idéias e pedindo até uma parceria com esta Casa para administrar Porto Alegre harmonicamente entre os Poderes Legislativo e Executivo; não fez isso.

O que se observou de parte do Sr. Prefeito? Vai aos jornais, dá uma entrevista sobre todos os pontos que serão as prioridades do seu Governo, fala em alagamentos, saneamento, habitação, abastecimento, tudo pelo social - já ouvi essa expressão - IPTU, III Perimetral e, pasmem, V. Ex.ªs, vou ler aqui a chamada que diz: (Lê.) “O Prefeito João Verle dará continuidade aos Projetos iniciados por seu antecessor Tarso Genro, e atuará para atender a principal demanda da população indicada no Orçamento Participativo: a habitação.” Ora, eu conheço aqui as manifestações dos Srs. Vereadores desta Casa, e a questão da habitação tem sido permanentemente tratada pelos Vereadores desta Casa. Sobre a questão do “bandeijão”, o projeto de inclusão social, cito o exemplo do Ver. Haroldo de Souza, que trata desse assunto. No entanto, o Sr. Prefeito diz que vai atender as demandas do Orçamento Participativo. E as demandas do Poder representativo, eleito pelos cidadãos da cidade de Porto Alegre para a representação mais legítima da população, que é oriunda do voto e que é realizada por cada um dos Srs. Vereadores? Eu desafio agora o Sr. Prefeito a comparecer aqui a esta Casa, e ele pode vir espontaneamente para explicar seus projetos. Ou nós da oposição... Porque é lógico, os Vereadores da situação vão explicar das mais variadas formas. Agora, tem de ter sensibilidade, Ver. Elói, o Prefeito tem de ter sensibilidade - sobretudo um Prefeito que não foi eleito para este cargo - para vir aqui pedir o apoio da Casa para os seus projetos. Nunca passou aqui por este Plenário para tratar de assuntos do interesse da Cidade. Acho que isso é grave, não em relação ao Ver. Isaac Ainhorn, do PDT, Líder de sua Bancada, mas é grave com relação a cada um dos Srs. Vereadores, porque há de se respeitar o Vereador, porque ele tem um mandato oriundo da vontade popular. E o que faz o Sr. Prefeito? Ignora completamente o Legislativo, numa atitude totalmente autoritária. Lamento, porque tenho até admiração pessoal pelo Sr. Prefeito, pelas suas qualidades, pelo seu preparo intelectual. Mas não é assim, Sr. Prefeito.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereador, seu tempo encerrou. Por favor, é o Regimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu sei. Vou invocar o princípio da igualdade de todos perante a Lei, que é um princípio constitucional e que está acima do Regimento, pois outro Vereador utilizou oito minutos. Eu poderia concluir o meu raciocínio, mas já encerro. Agradeço a V. Ex.ª, Ver. Paulo Brum, V. Ex.ª é muito sensível. Mas encerro fazendo um apelo pelo entendimento, pela concórdia. Ver. Marcelo Danéris, vamos ajudar a administrar a Cidade. Nós queremos fazer uma oposição construtiva. Peço que o Sr. Prefeito tenha sensibilidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): V. Ex.ª tem de entrar com uma Emenda para falar o tempo que quiser. Aí ficará mais fácil!

 

O SR. ISAAC AINHORN: (Manifestação fora do microfone.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): V. Ex.ª que me citou. O Ver. Pedro Américo não me citou.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, eu venho a esta tribuna para discutir um Projeto do Executivo que busca a desafetação de área próxima ao Iguatemi e também propõe permuta desses próprios municipais. Eu quero discutir sob dois aspectos, Ver. João Dib, V. Ex.ª que foi Prefeito da Cidade: o aspecto do meio ambiente e o aspecto econômico.

A nossa Lei Orgânica, no seu art. 237, estabelece, com uma clareza meridiana, que projetos dessa envergadura têm de ter um ritual específico, com audiências públicas, com ampla divulgação à sociedade, permitindo inclusive que qualquer entidade civil possa propor alternativas. E este não é um Projeto menor: serão cinqüenta torres de dezoito andares! Isto significa que, no mínimo, nós vamos ter ali quinze mil pessoas habitando esse empreendimento e sete mil veículos, que vão alterar aquela região. Isso, para mim, tem um impacto negativo naquela região e, para nós, não está claro no encaminhamento deste Projeto. Este é o aspecto ecológico que precisa ser analisado.

Segundo, tem informações precisas que o setor técnico da Secretaria do Meio Ambiente fez uma série de recomendações que o empreendedor não cumpriu e que o Conselho passou por cima da Câmara e votou o Projeto.

Mas, vou para o lado econômico agora: todos sabemos que a Condor é a maior devedora de IPTU desta Cidade, ou estou falando alguma heresia? Pois, agora, estão propondo, e até acho que o Projeto está mal redigido, porque se fosse bem redigido deveria dizer que a Prefeitura seria parceira deste empreendimento, porque se existe um setor, se existe uma Legislação do Plano Diretor que diz que tem de haver compensações para construir este tipo de empreendimento, e se a empresa que vai construir todo empreendimento não tem toda área, o que é que faz a Prefeitura, que é contra o neoliberalismo, mas caminha de mão dada com o empresário, Ver. João Dib? Vai lá e propõe uma permuta. Então, que venha a Condor comprar esta área de 12 ha para o Parque Alemanha.

Então, este Projeto, hoje, completa a sua terceira Sessão. E já quero avisar aos “marinheiros”: vou pedir uma diligência amanhã, baseada em várias questões que quero que sejam juntadas aos autos, e já falei com o Presidente da Comissão de Justiça. Queremos o EVU, que é o Estudo de Viabilidade Urbanística; queremos ver aqui toda esta questão ambiental; queremos ver se foi atendido o art. 237 da Lei Orgânica do Município, que diz que tem de ter audiência pública e que tem de ser oportunizada uma ampla divulgação no Município. Porque alguém há de pedir - e sabemos disso nesta Casa - daqui a pouco, a aplicação do art. 81 para este processo, envolvendo, talvez, um dos maiores empreendimentos desta Cidade, o que não seria bom para esta Casa, Sr. Presidente, o que não seria recomendável para esta Casa, mas não estamos livres disto.

Portanto, vamos pedir amanhã, Ver. João Dib, e concedo a V. Ex.ª o aparte, ainda me falta um minuto, pedindo desculpas pelo atraso.

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver. Sebastião Melo, só quero dizer a V. Ex.ª que houve audiências públicas, inclusive vários Vereadores participaram. Já analisei o Projeto na Pauta e achei que era uma coisa boa para a Cidade, que vai ganhar um grande parque.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Correto, se é bom, terá o nosso apoio; se é bom, o Governo tem toda a vontade de juntar os documentos o mais rápido possível, porque aquilo que é bom o Governo quer mostrar.

Imagino que o Governo não seja como o Ricupero, que quer mostrar as coisas boas, e as ruins quer esconder. Se é bom, então que venha aos autos o pedido de diligência e nós poderemos deliberar, mas a verdade é que nós precisamos, na nossa avaliação, e não há informações suficientes para permuta e desafetação dessa área, que é um Projeto de alta relevância e pode ser até um bom Projeto para a Cidade, mas que não venha a galope, a toque de caixa.

Até quero cumprimentar a Procuradoria, porque, talvez, dos projetos que têm entrado aqui, foi um dos pareceres mais extraordinários e mais rápidos dos últimos tempos. Quero deixar isso registrado aqui.

Nós vamos continuar trabalhando nesta matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, quando o Ver. Sebastião Melo veio à tribuna para analisar o PLE n.º 073/02, quando ele começou a falar, eu estava exatamente conversando com o Presidente na Mesa sobre este Projeto. Se é verdade que a Condor – e todo mundo fala isso – é a maior devedora de IPTU, que é a maior proprietária de terras deste Município, eu até fiquei pensando que a Condor estaria entregando essa área em troca de parte do que deve. Quando eu comecei a ler este Projeto, Ver. Sebastião Melo, eu pensei: a Condor deve muito IPTU, é o que se fala, vai ver que ela vai entregar essa área para abater um pouco do que deve. Então, em boa hora, V. Ex.ª veio à tribuna levantar essa situação, porque, se o cidadão comum deve um, dois, três ou dez meses de IPTU, com certeza ele é executado. Não tenho nada contra essa empresa. Não tenho nada contra a Prefeitura, porque é comum na Casa esse tipo de Projeto. Agora, a verdade, Ver. João Dib, é que nunca a Prefeitura cedeu uma certidão a esta Casa, e a Condor realmente deve IPTU. Se deve, quem mais deve? Porque todo mundo fala aqui, e eu estou falando pela primeira vez, mas o Ver. Sebastião Melo já falou umas trezentas e cinqüenta e cinco mil vezes, desde que assumiu há dois anos, e nem a Condor nem a Prefeitura desmentem.

Então, Ver. Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, seria bom que a Prefeitura mandasse para esta Casa, para os Vereadores, cópia do documento para ver se a Condor é a empresa que mais deve, se realmente a Condor está inadimplente, se a Prefeitura está cobrando judicialmente, se tem um acerto ou se não tem. A todo momento levantamos suspeitas, como o Ver. Sebastião Melo levantou há pouco, os demais Vereadores, e no meu caso, ficamos sem saber se votamos junto com a Prefeitura ou se o Ver. Sebastião Melo tem razão nessas denúncias todas que nunca são desmentidas.

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver. João Bosco Vaz, o Projeto é uma coisa muito boa. Agora, V. Ex.ª coloca o problema se a empresa deve ou não. Mas posso dizer a V. Ex.ª que o que acontece é que a Prefeitura lança muito mal e as empresas têm de discutir. Havia uma alíquota progressiva de 2% a 6% no Territorial, e a Prefeitura estava avisada de que não podia ter alíquota progressiva, continuou lançando. Então, neste ano, lança 200 milhões de reais em IPTU; vai arrecadar 100 milhões. É porque trabalham muito mal na Prefeitura e ninguém vai pagar 6% podendo pagar 2%. Vai discutir na Justiça.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Obrigado, Ver. João Dib. Também entendo que este Projeto é bom e interessante. Agora, não podemos conviver nesta Casa sempre com denúncias sem que as partes se apresentem, sem que as partes digam: “Melo, cala a boca, porque está aqui o documento, eu não devo nada.” Diz a Prefeitura: “Melo, cala a boca, porque o documento está aqui, estamos negociando e cobrando.” Esta é a intenção apenas desta minha, não digo intransigência, mas desta minha possibilidade de poder analisar melhor este Projeto, porque sabemos que essa é a empresa que mais áreas de terra tem em Porto Alegre. Ver. Dib, V. Ex.ª que já foi Prefeito, sabe que essa empresa é a empresa que mais terras tem em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por duas vezes, já analisei este Projeto do Parque Alemanha, e uma das coisas para que chamei a atenção, encerrando o meu primeiro pronunciamento, foi: “Prefeito, vamos trabalhar um pouco mais.”

O Ver. Sebastião Melo tem razão quando critica e faz as suas colocações de que este Projeto entrou na Prefeitura em agosto de 1999. Agora, a trinta dias do término da Sessão Legislativa, encaminha-nos sem muitos dados. Então, na realidade, para um Vereador fica difícil, muito difícil acompanhar o que está acontecendo aí. Mas insisto em dizer, nos dois apartes que fiz, que o Projeto é bom.

Nós estamos, hoje, a menos de trinta dias do término da Sessão Legislativa e o Ver. Almerindo Filho quer que se disponha sobre a distribuição de medicamentos genéricos a pacientes comprovadamente necessitados. A Prefeitura não dá remédios para os seus servidores nos ambulatórios, nas Secretarias. A Prefeitura não estabelece... ainda que eu tenha ouvido o Presidente eleito, reiteradas vezes, dizer que tem que fazer laboratórios farmacêuticos para produzir remédios. E este Vereador, há meia dúzia de anos, apresenta Emenda na LDO, no Orçamento, aprovam na LDO, aprovam uma Emenda no Orçamento e a Prefeitura não faz remédios genéricos, não produz os remédios essenciais, que economizariam uma enormidade de recursos! Mas a Prefeitura vai continuar fazendo assim. Ainda bem que o Ver. Almerindo está preocupado.

O Ver. Estilac Xavier quer que o ITBI seja parcelado. Eu acho justo, acho bom, mas eu não posso concordar que, uma vez parcelado o ITBI, o adquirente de uma propriedade só possa fazer a escritura após o pagamento total. Isso eu não posso aceitar. Se for aceito o parcelamento, a Prefeitura tem que confiar um pouco mais nos seus munícipes, porque a Prefeitura não está aí só para colocar dinheiro em CDB no banco! A Prefeitura está aí para fazer obras e serviços com o dinheiro que arrecada e não faz, vai fazer empréstimo sempre para fazer as obras que são essenciais à Cidade.

O Ver. Adeli Sell faz um Projeto de Lei, este é diferente de todos os outros, várias páginas justificando o Projeto de Lei e a síntese do Projeto, um artigo só, não dá para ser cumprida, não é clara, não é precisa, não pode ser cumprida. Como disse, várias páginas, ele quer que os pneus velhos sejam recolhidos. E diz o seguinte: “Ficam as empresas revendedoras de pneus, no âmbito do Município, obrigadas a recolhê-los, quando inutilizados ou velhos, mediante a apresentação da nota de compra, dando a esses pneus destinação, sem causar poluição ambiental”.

É importante que não se cause poluição ambiental, é importante que não se deixe proliferar o mosquito da dengue, mas ali na Av. Diário de Notícias, é só ir lá agora, deve ter bastante água dentro daqueles pneus, e a Prefeitura tem obras no local! Então, eu acho que a Prefeitura tem que tirar! Mas como que alguém pode obrigar o supermercado que vende pneus... Quando esse pneu deixar de ser útil, quando ele não servir mais, ele vai ser entregue para quem? Como? E que nota de venda é essa que o Ver. Adeli Sell quer aqui? Eu não posso entender que alguém compre um pneu em um local... Ele mesmo troca o pneu, ou o seu amigo, ele tem uma oficia que troca pneus, quando o pneu é vendido, não tem mais o controle da empresa que o vendeu. E ele quer que a empresa que vendeu o pneu recolha o pneu velho. Então penso que a idéia pode ser boa mas a lei é muito mal redigida. Espero que o Ver. Adeli Sell depois nos esclareça como ele quer fazer esse passe de mágica. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Paulo Brum, Sr.ªs Vereadoras, venho novamente discutir o Projeto de minha autoria sobre a Sessão Solene do Dia da Mulher e a criação do prêmio com o nome de Vânia Araújo. Para poder apresentar melhor aos Vereadores quem foi Vânia Araújo, que pode não ser tão conhecida pelo conjunto dos cidadãos de Porto Alegre, mas teve um papel muito importante, relevante, na história da luta feminista aqui na Cidade e no Estado do Rio Grande do Sul, e morreu em situação típica de morte de mulheres, situação que acontece, muitas vezes, por negligência e por falta de políticas específicas para o acompanhamento do parto, e para o acompanhamento da fase pós-parto, situação essa em que ainda são vítimas milhares de mulheres, digo que Vânia Araújo faria trinta e nove anos este ano, e nós a perdemos na situação de parto. Bem, não é só por isso que achamos que seu nome deva ser escolhido para denominar o prêmio a ser concedido no Dia da Mulher, mas porque ela tem uma história. Essa sua jovem história é uma história toda ligada à luta feminista, desde a organização dos grupos de debates feministas, das pequenas movimentações, da sua militância no Partido dos Trabalhadores, que tinha a marca da luta das mulheres, mas também porque ela acabou compondo, em função dessa sua trajetória, a primeira Coordenadoria Estadual da Mulher, no Governo Olívio Dutra. Uma Coordenadoria que fez muita diferença em relação às questões da mulher, e nós esperamos que o próximo Governador a mantenha ou que até a amplie, na forma de torná-la uma secretaria, o que já era um plano, já era uma discussão que este Governo vinha fazendo.

Vânia foi Coordenadora da 1.ª Coordenadoria que este Estado teve, em função da legitimidade que tinha por fazer parte da luta das mulheres em Porto Alegre. E nós podemos comemorar avanços que dificilmente teríamos, em relação a essa luta, se não tivéssemos essa Coordenadoria.

A ação de Vânia e da sua equipe em relação à segurança pública foi muito debatida aqui, mas a segurança pública voltada para as mulheres, a instalação de delegacias específicas para colher o tema e os problemas das mulheres – como a violência contra a mulher, em todo o Estado -, e, mais do que isso, a formação dos policiais nessa área, a sensibilização, a informação e a formação que foi oportunizada através dessa Coordenadoria na área de segurança pública para os agentes da segurança pública terem a sensibilidade, refletirem um pouco sobre o caráter machista e masculino que tem a segurança pública, e modificarem procedimentos para poderem, realmente, oferecer o atendimento que a mulher precisa em relação às suas questões. Tudo isso é uma realidade.

Nós podemos ainda destacar como resultado dessa Coordenadoria a reorganização do Conselho Estadual da Mulher, a possibilidade de o IPE bancar ou financiar a prótese mamária e a analgesia obstétrica - a possibilidade de não sentir dor no parto - também ser paga pelo Instituto de Previdência. Toda a programação, a regularização da documentação da mulher rural, que beneficiou inúmeras mulheres; a orientação, o esclarecimento e a possibilidade concreta de realizar, de organizar seus documentos, tudo isso é resultado da ação de uma coordenadoria que foi estruturada prioridade do Governo Olívio para pensar as questões da mulher.

Vânia Araújo, de alguma forma, representa uma parte importante da luta das mulheres, representa o sucesso da luta das mulheres em conquistar políticas públicas para suas causas, e acho fundamental que esta Casa não deixe esse nome se perder na memória e que todo o ano nós marquemos a sua história, a sua trajetória, na comemoração do Dia das Mulheres.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, eu quero aqui abordar três questões. Primeiro, Ver. Marcelo, houve um compromisso, não só do nobre Vereador Líder da Bancada, mas creio que do Governo, de mandar para esta Casa um projeto de lei, nos mesmos moldes do da Zilah Machado, para o nosso querido e extraordinário músico desta Cidade Plauto Cruz. Ficou acertado que, na segunda-feira passada, esse Projeto estaria na Casa. Eu o tenho procurado, não sei se ele já está na Casa ou não, mas, pelo menos, não o tenho encontrado.

Segundo, eu quero, também, Ver. Marcelo, dizer especialmente a V. Ex.ª que tem sido, às vezes, usado, para não responder às críticas, o mecanismo de rebaixar o debate. Eu tenho procurado aqui nesta Casa manter um bom debate, e vamos continuar nessa linha, mas, quando nós fazemos uma cobrança do Executivo, Ver. Elói, nós a estamos fazendo legitimados por aquilo que considero mais importante no exercício do mandato, que é a fiscalização. Não é atirar pedra em ninguém por atirar. E, quando eu fiz a crítica do DMLU, eu volto a desafiar: eu gostaria que o Líder do Governo apresentasse aqui o contrato envolvendo mudança de quem concorreu à eleição, se aquele contrato é do DEP ou se aquele contrato é do DMLU. Nós poderíamos resolver essa questão aqui agora. Estou desafiando o Governo, porque as informações que existem é de que aquele caminhão trabalha para o DMLU, e não para o DEP. E o DEP foi contrabandeado ali.

Eu quero dizer que vou aceitar a proposição do Ver. Carlos Garcia para conversarmos com o grande Diretor Ferronato, lá na nossa Comissão. Vou aceitar a proposição dele, e amanhã vou propor para ratificar.

Mas eu gostaria de dizer o seguinte: hoje, pela manhã - neste último assunto, Presidente, estive na ANATEL. Um grupo de usuários da Zona Sul de Porto Alegre que pretendem... Ver. Elói, há muito tempo, na divisa do Lami, na Estrada da Extrema, no Canta Galo, em torno de cento e cinqüenta moradores estão lutando por telefone. Eu já havia lido a legislação, e hoje fui formalizar na ANATEL, e vou começar a fazer isso sistematicamente, porque há uma legislação da época da privatização que estabeleceu o acesso individual e coletivo desse serviço, e estabeleceu metas. Por exemplo, vou ler aqui. Diz lá o seguinte: (Lê.) “Das metas e acesso individuais. As concessionárias do serviço de telefone fixo, como tal, deverão...” E aí estabeleceu que, até 31 de dezembro de 2001, em todas as localidades com mais de mil habitantes, tem que haver telefone; em 31 de dezembro de 2003 em todas localidades com mais de seiscentos habitantes. E assim estabeleceu sobre qualidade e acesso ao serviço. E a Companhia não vem cumprindo isso. Então nós vamos usar a Lei. Hoje estivemos lá com vinte e poucas pessoas, na ANATEL, fizemos o nosso registro contra a CRT, e vamos fazer com referência a outras localidades de Porto Alegre, ou seja, pessoas estão na fila aguardando o telefone. Porque se, por um lado, a Companhia, Elói, tem o “filé”, ela tem um bom “filé”, ela tem uma boa “gordura”...  Agora, o cidadão que mora lá na ponta vai ficar sem telefone o resto da vida, porque aquela linha, evidentemente, para ser colocada lá, vai ser deficitária... Mas isso foi o preço que se pagou quando se fez o contrato, e a ANATEL é o órgão responsável por isso. Então penso que foi uma reunião altamente produtiva, nos recebeu muito bem o Sr. Betoni, que é o gerente regional, tivemos uma longa e boa conversa, e abriu-se ali, sem dúvida nenhuma, um caminho para que a gente vá com outras comunidades fazer essa representação, porque, na verdade, telefone é serviço, telefone não é luxo, telefone é serviço, e o telefone não é só para o cidadão individual, é para o posto de saúde, que não chega lá, porque, se não houver telefone, não podem chamar ambulância. Mas é mais do que isso, Sr. Presidente, dizem os moradores que a Brigada tem intenção de colocar lá, quem sabe, um postinho, mas se não houver o telefone... Agora, como vou falar na “Cidade da qualidade de vida” em que a pessoa não tem acesso a telefone, alguns não têm acesso à água, outros têm luz precariamente. Portanto, eu gostaria de registrar, e, em primeiro, lamentar que a nossa Companhia Telefônica tenha tido esse procedimento, porque, na verdade, ela vem deixando a desejar em muitos casos, há muitas reclamações. Esta Casa mesmo, em determinado momento, quase chegou a fazer uma CPI sobre essa questão, e a verdade é que o cidadão comum, às vezes, telefona para o 0800, bate na porta das companhias e, simplesmente, recebe um não, ou friamente as suas demandas não são encaminhadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Ver. Paulo Brum na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TV Câmara, quero iniciar com uma atenção muito especial do Ver. Pedro Américo Leal. Quero-lhe dizer, Vereador, que nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores e o Executivo - posso falar como Líder do Governo - temos um grande respeito pelo seu trabalho e pela função séria que V. Ex.ª exerce frente à Câmara e há o reconhecimento público desta função. V. Ex.ª, quando esteve aqui na tribuna, tratou de um Projeto seu em relação aos passeios, que instituía inclusive o nome Linha Verde Circular. E este Projeto V. Ex.ª tratou como se fosse um Projeto ainda não aprovado, nem apreciado. Ele é um Projeto já aprovado, há uma Lei que foi sancionada pelo Prefeito, com o n.º 8.574, assinada e sancionada pelo Prefeito Raul Pont, demonstrando então o respeito e o reconhecimento ao seu trabalho. No Diário Oficial faltou o nome, isso sim, e como ali tem de ser impessoal - V. Ex.ª sabe disso, que não pode haver nome de Vereadores, Secretários, nem do Prefeito -, poderia ter o nome que V. Ex.ª propôs no seu Projeto, porque aquele é este Projeto só que um pouco mais abrangente, e eu, com todo prazer, encaminho ao Executivo para ver o que é possível fazer de correção para colocar o nome que V. Ex.ª havia proposto.

No Projeto Entrada da Cidade, reconheço o seu trabalho e digo que, como o Ver. Pujol também tinha um trabalho na habitação, foi este Vereador inclusive que ofereceu e procurou o Ver. Pujol para que ele ajudasse na tramitação deste Projeto, sendo o Relator; o Ver. Pujol aceitou, e eu não sabia do seu trabalho tão reconhecido em tanto tempo, poderia ter sido Relator junto, inclusive, e, com certeza, o Ver. Pujol aceitaria, abrilhantaria a sua presença junto ao Relatório deste Projeto importante. Só para nós estabelecermos uma relação aqui que é uma relação mútua de respeito.

Quero tratar também sobre a entrevista que foi citada pelo Ver. Isaac Ainhorn, do nosso Prefeito Verle. Não consegui compreender, quero compreender o porquê do ataque do Ver. Isaac Ainhorn sobre a entrevista do nosso Prefeito Verle, uma entrevista que consolida uma idéia e um programa de Governo, que está centrado na inclusão social, que está colocando a habitação como prioridade, como foi passado pelas Plenárias do Orçamento Participativo. Respeito à participação popular não é nenhuma entrega do Prefeito, isso é uma obrigação: respeitar a participação popular e respeitar o Legislativo. O Ver. Isaac diz assim: “Não, mas como que não vem aqui na Câmara?” Ao contrário, Ver. Luiz Braz, se o Prefeito ficasse o tempo inteiro aqui na Câmara, tentando incidir sobre as decisões dos Vereadores é que seria desrespeito. O Legislativo tem autonomia para discutir, olhar os Projetos, para perguntar, para trazer informações, para cobrar do Executivo. É disso que se trata, e o Prefeito não tem que estar aqui pressionando Vereador. O Prefeito tem que administrar a Cidade. E os Vereadores vão fiscalizar, vão legislar, vão fazer esse trabalho; ao contrário, o Prefeito não deve estar incidindo nas questões do Legislativo, isso demonstra respeito. E o que mais se tratou aqui nessa entrevista foi exatamente o combate à fome, ajudar o Governo Lula para combater a fome, ajudar nesse programa social importante para o País; tratou da prioridade da habitação; tratou da prioridade do saneamento com a Ponta da Cadeia Cavalhada, que vai aumentar de 27 para 77% o esgoto tratado; ou seja, tratou de uma série de obras importantes para a Cidade: III Perimetral, IPTU, as correções que nós estamos fazendo, que é uma correção cadastral, não é uma questão de alteração de alíquota; apoio à produção primária, o patrimônio ambiental. Então, isso aqui é uma entrevista importante de um Prefeito que está disposto a dialogar com a sociedade e que tem prioridades no seu Governo e que, assim, vai cumprir até o final do seu mandato, como a população de Porto Alegre espera.

Por último, Ver. Sebastião Melo, se o senhor sempre tratasse os assuntos como tratou dessa última vez na Liderança do PMDB, quando assumiu esta tribuna, teria de nós total respeito. É corretíssimo o que o senhor diz que o Vereador tem de cobrar do Executivo e tem de vir aqui pedir explicação, exatamente isto. Isso é legítimo do Vereador, principalmente estando na oposição. Nós não desconsideramos isto, o que nós queremos é um debate respeitoso; o que o senhor trouxe da última vez que esteve na tribuna foi um debate respeitoso; o que o senhor trouxe da penúltima vez em que esteve na tribuna não foi um debate respeitoso, atacou de forma dura e deselegante todos os Secretários, na forma e nas palavras usadas por V. Ex.ª. Quando for assim, terá de nós uma resposta dura. Quando for um assunto tratado com todo o respeito e a necessária postura de um Vereador de oposição, terá a postura de um Vereador de situação, Líder de Governo, que terá o maior prazer em responder a tudo, trazer todas as informações necessárias e trazer também todos os Secretários que os Srs. Vereadores acharem necessários para o debate, como sempre acontece, quando são chamados. Dessa forma sempre trataremos; agora, seremos duros com a deselegância e o desrespeito, quando se tratar de uma administração de Secretários que têm uma postura séria e respeitosa com os Vereadores desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Paulo Brum, na presidência dos trabalhos, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, há uma coisa que nós fizemos errada nesta Casa, e vou declarar mais uma vez: votei contra, mas fomos impotentes para impedir que o fato acontecesse. Esta Casa acabou aprovando a extinção da área rural - e o Ver. Nereu também diz que votou contra -, mas nós dizíamos, naquela oportunidade, que o único objetivo do Executivo, ao extinguir a área rural, seria o objetivo de passar a tributar aquela área, que antes apenas tinha a incidência, se tivesse, do ITR. E dizíamos mais: que as pequenas propriedades eram imunes e não isentas. E existe uma diferença bem marcante entre o que é uma imunidade e o que é uma isenção. Dizíamos, como dissemos várias vezes: na imunidade o imposto não incide, ele não existe; na isenção existe o imposto, mas aquela parcela que determina a lei fica isenta. Olhem o que diz aqui a Lei n.º 9.393, de 19 de dezembro de 1986 - Legislação Federal -: “Nos termos do art. 153 § 4.º da Constituição...” diz que a Constituição tem direito de legislar sobre o ITR. “O imposto não incide sobre pequenas glebas rurais.” Quando diz não incide, quer dizer, é imune. Não está falando de isenção, é imune. Então, diz: “Cem hectares, se localizados em Município compreendido na Amazônia; 50 hectares se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental e no Pantanal; e 30 hectares se localizado em qualquer outro Município” como é o caso de Porto Alegre.

Então, a grande maioria, para não dizer a totalidade das áreas rurais, anterior àquela votação que nós fizemos pela modificação do Plano Diretor, era imune. Não incidia sobre elas qualquer tipo de imposto. O que nós fizemos? Nós liquidamos com a área rural e se estabeleceu uma nova área chamada área rururbana. Com aquilo tudo, o que faz agora o Partido dos Trabalhadores? Criou uma isenção, não é mais a imunidade. E agora sobre os imóveis dessa área - antigamente área rural, agora área rururbana - vai ter um gravame, vai existir um gravame, pelo menos é o que está sendo proposto aqui para esta Casa.

Eu acredito, Ver. João Dib, que nós não podemos votar este Projeto antes de apreciar esta matéria que V. Ex.ª coloca na Casa, e eu já disse a V. Ex.ª que eu não sei se é o Projeto ideal o que V. Ex.ª colocou, mas é pelo menos a linha que devemos seguir. Se vamos ter Emendas, se vamos ter Substitutivos, se vamos trabalhar esse Projeto juntamente com o Ver. João Dib, eu não sei qual é a linha que nós temos que seguir. Mas eu sei que nós, Vereadores, e eu até conclamo os Vereadores de situação para que nós possamos redefinir uma nova área rural, colocar de volta a área rural para depois discutirmos este Projeto que está na Casa, de estabelecer para esta área, que é a rururbana, um outro tipo de imposto. Mas, antes de definir um outro tipo de imposto para essa área chamada rururbana, que é a antiga área rural, temos que redefinir uma nova área rural para Porto Alegre.

O Projeto do Ver. João Dib dá essa oportunidade para que nós façamos isso, e eu acho que nós temos que exigir, Ver. João Dib, que, antes da votação deste Projeto do Executivo - e eu quero conversar com o Ver. Marcelo Danéris também, isso não vai ser um enfrentamento; eu espero que não seja um enfrentamento - nós possamos fazer um grande acordo, e, antes da votação deste Projeto do Executivo, que nós possamos fazer a votação do Projeto de V. Ex.ª, trabalhado, modificado, alterado naquilo que for necessário, conversado com V. Ex.ª, dialogado com todas as Lideranças da Casa, mas que nós possamos restabelecer a área rural para Porto Alegre, porque, afinal de contas, eu acredito que os proprietários que estão compreendidos nessa antiga área rural não podem sofrer essa alteração no tratamento tributário, como ocorre com esta proposta do PT aqui nesta Casa.

 Eu acho que é hora de nós estabelecermos esse acordo, porque o Projeto está em votação e, por isso mesmo, nós temos que determinar quais são as prioridades para os nossos munícipes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria trazer a esta tribuna três questões que se referem aos direitos das etnias brasileiras.

Nesta semana, quando vamos comemorar o Dia da Consciência Negra em nosso País, a sociedade gaúcha tem a oportunidade de tomar conhecimento de uma série de lutas, de reivindicações que se arrastam durante décadas em nosso País e também aqui em nosso Estado.

Há alguns meses, por exemplo, nós fizemos, em parceria com a Fundação Palmares, um seminário sobre os direitos dos afro-descendentes, e nós vimos, por meio da presença de dezenas de entidades, de representações da sociedade civil, que a questão da terra dos quilombos é também uma luta inglória dos afro-descendentes que ocuparam essas terras em nosso Estado. Hoje, nós vemos que alguns processos que são agilizados graças à organização de entidades da defesa de direitos dos afro-descendentes brasileiros começam a ter a possibilidade de alguns frutos. Então, eu queria registrar entre essas possibilidades de conquista, a conquista dos afro-descendentes que lutam para manter a posse das terras num Município próximo de Porto Alegre, em Gravataí; uma luta de mais de trinta anos, que se arrasta na Justiça, com enormes resistências para a finalização desse processo.

Eu fiz questão de trazer aqui esta situação, porque há, inclusive, um enorme desconhecimento da contribuição dada em nosso Estado pelos afro-descendentes. E eu acredito que, na perspectiva de conhecer a história gaúcha, será muito relevante o lançamento de um livro que vai, exatamente, colocar em um seminário que acontece na Assembléia Legislativa, na tarde de amanhã, uma retrospectiva dessa história, inclusive com a presença do próprio Ministro da Cultura, do Ministro Francisco Correia Weffort, onde se coloca para a sociedade a contribuição dos afro-descendentes no Estado do Rio Grande do Sul. Esse foi um dos temas centrais que foi solicitado à Comissão de Direitos Humanos da nossa Câmara, para que ela pudesse acompanhar, não apenas as questões de Porto Alegre, mas também as questões desenvolvidas no interior do Estado, tendo em vista a repercussão política que há no conjunto do Estado do Rio Grande do Sul no que diz respeito às decisões da Câmara da nossa Capital.

A outra questão que eu queria trazer é um comentário sobre uma reportagem, impressionantemente triste e grave, que saiu neste domingo no jornal Folha de São Paulo, que se refere ao grau de desnutrição e abandono das populações indígenas do nosso País. Aponta, inclusive, a situação de penúria das tribos indígenas - essa é uma longa história, que tem sido denunciada pelo movimento indigenista e aparece mostrando que o nível de desnutrição da população indígena, fundamentalmente das crianças indígenas gaúchas e brasileiras, é ainda maior do que a média do abandono e da desnutrição das crianças pobres do nosso País. Em um Estado com a produção agrícola do tamanho do Rio Grande do Sul, com desenvolvimento da tecnologia, da agroindústria, do crescimento dos projetos da pequena propriedade rural em algumas regiões do Estado, é inadmissível que o Estado apareça ainda com os índices alarmantes das pesquisas apontadas sobre o grau de desnutrição das crianças indígenas brasileiras e gaúchas.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. Paulo Brum, que preside os trabalhos, demais Vereadores e Vereadoras, todos que nos assistem aqui e nas suas casas, no início do século XX, nos idos de 1900, a questão social, a luta dos trabalhadores era vista como um caso de polícia, quando os trabalhadores que se mobilizavam pela redução da jornada para oito horas semanais eram considerados subversivos, criminosos, muitos imigrantes eram repatriados, expulsos do Brasil. Com a vitória do nosso candidato a Presidente da República, da Frente Popular, Luiz Inácio Lula da Silva, abre-se uma nova etapa na luta dos trabalhadores pelos seus direitos. Podemos ler nos jornais, no dia de hoje, e mesmo no domingo, informações importantes sobre a constituição do Fórum Nacional do Trabalho, que deverá reunir representação dos trabalhadores, do empresariado, do Governo, para buscar avanços na legislação e nos direitos dos trabalhadores.

Em nome da Bancada do PC do B, gostaria de chamar a atenção e destacar o posicionamento do futuro Presidente da República favorável à redução da jornada de trabalho para quarenta horas semanais, sem redução de salários. Aliás, tramita, há longos anos, na Câmara Federal, um Projeto do atual Deputado e futuro Senador Paulo Paim, em conjunto com o Deputado Federal do Partido Comunista do Brasil, Inácio Arruda - aliás, eleito com a maior votação do Ceará, com mais de trezentos mil votos – que visa exatamente a reduzir a jornada de trabalho. Essa postura do novo Presidente indica o novo momento pelo qual passaremos a viver no nosso Brasil. Da mesma forma, tem grande importância o encaminhamento que se vai dando no sentido de que o salário mínimo seja reajustado, de imediato, para 240 reais por mês, no próximo ano, além do compromisso programático do novo Governo de que, nos próximos quatro anos, o salário mínimo seja dobrado. Essa é uma posição que o PC do B defendeu na elaboração do programa, defende e defenderá durante os quatro anos, no sentido de que seja executado, apesar - e sabemos disso - de todas as dificuldades orçamentárias herdadas de um Governo neoliberal, que comprometeu o futuro da Nação. Mas o Governo Lula, apoiado pelos partidos de esquerda e, agora, com o apoio, que muito nos honra, de partidos de centro, de partidos de centro-esquerda, como o PDT, como o PPS, pelo menos em nível nacional, terá condições, com a grande mobilização popular que se dará, de fazer esses avanços.

Além disso, é importante dizer que o Governo Lula já aponta no sentido da retirada daquele Projeto que liquidava com a CLT, que chegou a ser aprovado na Câmara Federal e que está aguardando unicamente a votação no Senado. Também o Governo Lula já indica que não abrirá mão da garantia dos direitos mínimos dos trabalhadores que estão registrados na CLT, que podem ser melhorados, sobre os quais se poderá avançar com a redução da jornada para quarenta horas. Somos a favor da mais livre negociação dos trabalhadores em torno dos seus direitos, desde que garantidos os direitos mínimos resguardados na CLT, ou no novo código do trabalho, que, por uma ampla discussão na sociedade e pela formação do Fórum Nacional do Trabalho poderão avançar ainda mais o que a CLT consolidou depois de quase um século de luta dos trabalhadores.

Para concluir, Sr. Presidente, eu queria, por meio desta intervenção, exatamente resgatar os novos tempos para os direitos dos trabalhadores, que se abrem a partir da eleição do Governo Lula e, certamente, a partir de 1.º de janeiro, com a posse do novo Presidente de todos os brasileiros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dizer-se que não há uma grande expectativa no País, seria “tapar o sol com a peneira”. A questão do salário mínimo haverá de ser tratada em maio do ano que vem, quando nós esperamos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que os arautos do salário mínimo venham a esta tribuna e às tribunas brasileiras e façam o que fizeram sempre pedindo um salário mínimo de 100 dólares. Cem dólares, Ver. Sebastião Melo! Não vamos começar a “passar a mão no pêlo das coisas”. Já está mudando tudo! E o FMI, aquela história do FMI, os discursos “desbravatados” contra o FMI? Mas já vão conversar com o FMI! E o Bush? Já se vão encontrar com o Bush! Deveremos ter um grande debate, porque, efetivamente, não dá para resistir assim, não há quem resista! Mas, afinal, e a questão do salário mínimo, que fez fortunas eleitorais e políticas neste País? O salário mínimo fez fortunas eleitorais e políticas neste País! E vão atacar o FMI também, vão romper com o FMI também.

Então, é preciso que comecemos a travar um debate em torno dessas questões, que são importantes. Aliás, os 100 dólares para o salário mínimo é recente, porque antes era mais. Basta compulsarmos os jornais de três, quatro, anos atrás, e vamos ver as declarações de um homem combativo, é bem verdade, do Senador eleito Paim, que queria acabar com o Senado também. Não sei se sabem que havia um projeto dele, Paim, acabando com o Senado; terminou candidato ao Senado, e eleito Senador, pelo seu esforço, pela sua luta. É o homem do salário mínimo. Aliás, aqui na Casa, nós deveríamos fazer uma Moção - Ver. Sebastião Melo - de Solidariedade, para que o Senador Paim saia Ministro do Trabalho. Vamos colocá-lo diante dele mesmo. Evidentemente a questão do salário mínimo é para o ano que vem; em maio, nós vamos ter de fazer, nesta Casa, o coro dos 100 dólares. Olhem, o mundo está dando voltas; isto é uma roda gigante: hoje estou lá em cima, depois estou fazendo a volta aqui por baixo. Então, vamos, agora, começar a nos encontrar com a realidade, porque há determinadas teses e determinadas reivindicações que fizeram fortunas eleitorais, fortunas políticas Partidos cresceram, se desenvolveram e atingiram todos os patamares, mas agora nós temos de implementar as idéias, porque senão a frustração popular vai ser muito grande. Vamos debater o salário mínimo, ligeirinho, já para o ano que vem, porque todos em coro falamos pelo Brasil afora: “Queremos salário mínimo de cem dólares; o contrário é ajudar o patrão, o contrário é puxar o assado para o patrão.” Isso se disse pelos quatro ventos do País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h39min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 16h48min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, conforme acertado com as Lideranças, requeremos a inversão dos trabalhos na seguinte ordem: primeiro o PLL n.º 157/02; depois o PLL n.º 125/02, o PLL n.º 155/02... Temos, aqui, um apelo do Ver. Isaac Ainhorn, sobre um Projeto do Ver. João Dib. Do que trata?

 

O SR. ISAAC AINHORN: Trata do Título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Francisco Paulo Sant’Ana.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Pode ser o primeiro? Há quórum?

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Pode ser o primeiro.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Então, o primeiro será a outorga do Título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Francisco Paulo Sant’Ana.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, eu queria agregar um Requerimento, em caráter excepcional, já acertado com a situação, que é a votação do Requerimento de urgência sobre a outorga do Título Honorífico ao crítico literário Donaldo Schüler, docente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, cuja iniciativa é do eminente Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vamos dar mais três minutos para definirmos a ordem. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h50min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 16h 57min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Foi acordada entre as Lideranças da Casa, a seguinte ordem de trabalho: Requerimento s/n.º de autoria do Ver. Juarez Pinheiro para que o PLL n.º 209/02 seja considerado em regime de urgência e submetido à CCJ-CECE; PR n.º 078/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib; PLL n.º 157/02, de autoria do Ver. Luiz Braz; PLL n.º 142/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo; PLL n.º 028/01, de autoria da Ver.ª Maria Celeste: PLL n.º 155/02, de autoria do Ver. Ervino Besson; PR n.º 077/02, de autoria do Ver. Beto Moesch; PLE n.º 004/02.

Em votação o Requerimento para a inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Em votação o Requerimento s/n.º, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que requer seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta da CCJ e CECE, o PLL n.º 209/02 – Título Honorífico ao Prof. Donaldo Schüler. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2103/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 078/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Francisco Paulo Sant’Ana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 23-10-02;

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão PR n.º 078/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2657/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 157/02, de autoria do Ver. Luiz Braz, que institui o Dia do Médium no Município de Porto Alegre.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 04-11-02.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL n.º 157/02. (Pausa.) Não há quem queria discutir. Em votação. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Paulo Brum, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, eu faço questão de encaminhar este Projeto, porque quero chamar a atenção para detalhes importantes. Quem me pediu para apresentar esse Projeto de Lei foram os integrantes da Casa Ramiro D’Ávila, chamada Sopa dos Pobres. Alguns médiuns ligados a essa Casa, que faz um trabalho fantástico de assistência, distribuindo mais de mil pratos de sopas diariamente... Mas em uma das sessões, lá na Ramiro D’Avila, uma das médiuns recebeu, incorporou o espírito extremamente importante para todos nós, que é o espírito de Mário Quintana. E, de acordo com o relato que me foi feito, Mário Quintana havia pedido para que os médiuns fossem homenageados, aqui em Porto Alegre, no dia da morte de Chico Xavier. E pediram para que eu fizesse um Projeto, exatamente, nesses termos. Então, essa data que está aqui não foi estabelecida de forma aleatória, essa data que aqui está foi estabelecida, exatamente, dentro desse histórico, dentro dessa “comunicação” com o mundo espiritual. E, nessa “comunicação”, a homenagem é ao pai de todos os médiuns, aquele que realmente passou aqui na face da Terra e deixou uma história para ser estudada e compreendida por todos nós, que foi Chico Xavier. E como Chico Xavier morreu no dia 30 de junho, nós colocamos nesse processo que, no dia 30 de junho, Porto Alegre possa homenagear a todos os médiuns. Então, estou cumprindo aqui, com a votação deste Projeto, uma obrigação que aceitei, do pedido que foi feito pelos médiuns da Casa Ramiro D’Ávila, e estou extremamente feliz por estar cumprindo com essa minha missão, com esse meu compromisso estabelecido. E peço aos Srs. Vereadores, meus pares, que, por favor, dêem o voto para que possamos aprovar este Projeto. Não é um Projeto - mais uma vez eu repito –, que tenha nascido livre e espontaneamente da cabeça deste Vereador, é um Projeto que nasceu através de um compromisso que estabeleci com os médiuns da casa Ramiro D’Ávila. E, por isso mesmo, acredito que é um compromisso extremamente sério, que passo também aos senhores, que me ajudarão a cumprir esse compromisso pelo voto favorável a este Projeto de Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o PLL n.º 157/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2254/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que institui linha especial de serviço de lotação para atendimento ao Bairro Belém Novo. Com Substitutivo nº 01.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Substitutivo n.º 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Ervino Besson: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo n.º 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 20-03-02;

- por resultar empatado, deixa de constar o Parecer da CCJ, ao Projeto, nos termos do art. 54, § 1º, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Sebastião Melo, está sendo entregue à Mesa, neste instante, Requerimento, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, solicitando o adiamento da votação por cinco Sessões do seu Projeto.

Em votação o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, que solicita seja adiada a votação do PLL n.º 142/01, que institui as lotações no Bairro Belém Novo, de autoria do Ver. Sebastião Melo. Abrimos espaços para encaminhamentos.

 

O SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria da resposta da Mesa, através de V. Ex.ª, retirando o aspecto ético, porque houve um acordo de Lideranças, o aspecto regimental, que na Ordem do Dia está a matéria regulamentar e já em votação, adentra um Requerimento de adiamento. Eu gostaria de saber de V. Ex.ª se está corretamente inserido no Regimento  porque...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Está, Vereador, nós encerramos o período de discussão, então, cabe ao Vereador, enfim, requerer o adiamento da votação dentro do Regimento...

 

O SR. NEREU D’AVILA: Nós já estávamos votando o referido Projeto?

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Não. Nós encerramos a discussão. Não chegamos a entrar...

 

O SR. NEREU D’AVILA: Não chegou a iniciar a discussão do Projeto do Ver. Sebastião Melo?

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Não. Foi encerrada a discussão do Projeto. Nós só vamos colocar em votação.

 

O SR. NEREU D’AVILA: E antes de entrar em...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Antes de entrar em votação, chegou o Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro para o adiamento da votação. O Requerimento é legal e regimental. Agora, depende dos Srs. Vereadores.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Nada a ver com V. Ex.ª na tribuna, nobre Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar o Requerimento, de sua autoria, que solicita adiamento de votação do PLL n.º 142/01 por cinco Sessões.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente Ver. Paulo Brum; Srs. Vereadores; Sr.ªs Vereadoras, agradeço ao Ver. Nereu, que entendeu não haver problemas de ética no pedido de adiamento da votação. Concordamos com a ordem de votação, com a inclusão, mas há questões de fundo que esta Câmara de Vereadores, na apreciação desta matéria, não pode desconhecer.

A questão da legalidade e da constitucionalidade, da juridicidade dessa iniciativa do Ver. Sebastião Melo já é de todos nós conhecida, no sentido que um Vereador não detém essa competência, tendo em vista que a iniciativa desse tipo de matéria é privativa do Chefe do Poder Executivo, que é o poder concedente. Está claro, cristalizado, e todos nós sabemos que o Vereador propôs essa matéria para provocar um debate, e é justo. Já dissemos, e fomos nós mesmos, que a matéria que o Ver. Sebastião Melo traz à colação tem respaldo em um reclamo da sociedade, de forma mais específica da Zona Sul da Cidade, e já afirmamos isso de forma clara aqui nesta tribuna. Não achamos que o Vereador esteja trazendo um assunto que seja uma mera elucubração. Não. A matéria que ele traz tem o sentido de uma reivindicação da comunidade da Zona Sul.

O que fica claro é que, paradoxalmente ao que o Ver. Sebastião Melo afirmou aqui na tribuna, ou seja, que o Poder Executivo, em momento algum, se dispôs a fazer uma discussão no que tange ao mérito dessa iniciativa, há o fato de o Vereador, contraditoriamente a sua intervenção feita aqui de forma repetida, mesmo que de forma legal, ter colocado em votação um Projeto de repercussão. O Ver. Sebastião Melo, que diz gostar de um bom debate, subtraiu da Comissão Técnica Permanente desta Casa o debate que poderia trazer à Casa, por exemplo, a ATL, que poderia trazer à Casa a comunidade do Belém Novo, que poderia trazer à Casa representação da Secretaria Municipal dos Transportes para verificarmos e não iludirmos a sociedade, não iludirmos a Zona Sul, mais especificamente o Bairro Belém Novo de algo que na verdade não pode ser colocado em prática. Vou citar um exemplo: o Vereador, que não discutiu com ninguém essa iniciativa, colocou no seu Projeto qual o tamanho da lotação que vai ser lá localizada de acordo com o que ele deseja? Não. O Vereador discutiu na Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação? Não. O Vereador tem algum parecer de alguma Comissão Técnica? Não tem. O que nós entendemos é que, adiando a votação, por cinco Sessões, possibilitaríamos que esta Casa promovesse um debate para verificarmos qual o tipo de veículo, Ver. Isaac, porque sabemos, e o Ver. Luiz Braz trabalha com essa matéria, que as lotações são um tipo de transporte coletivo de natureza especial e qualificada para pequenos percursos, e nesses percursos, onde, hoje, está instalado esse sistema, há um revezamento permanente de passageiros possibilitando que a tarifa seja a que é hoje cobrada dos munícipes de Porto Alegre. O Vereador não diz o tamanho da lotação, coloca a lotação num percurso maior sem qualquer estudo, sem qualquer base. O que nós queremos, na verdade, é possibilitar que a Câmara dos Vereadores promova um debate - que é o que o Ver. Sebastião Melo diz querer sobre o assunto -, onde todas as partes possam estar presentes e dar a sua opinião, no sentido de qual o tipo de veículo, se esse itinerário é adequado para o transporte coletivo especial de táxi-lotação, se o custo da passagem não vai aumentar, qual é a opinião dos usuários sobre isso; enfim, há necessidade de fazermos um debate mais profundo, porque há outras comunidades também requerendo esse transporte especial, da mesma forma que o Bairro Belém Novo. Se temos que iniciar mudando o percurso desse tipo de transporte coletivo, vamos começar pelo bairro Belém Novo? Portanto, esse é um bom debate, como diz o Ver. Sebastião Melo, que o requer, e ele não poderia se furtar de possibilitá-lo.

Nós requeremos apenas o que o Ver. Sebastião Melo diz querer, ou seja, fazer um debate sobre essa questão para que os Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, ao votarem a criação da linha para o Bairro Belém Novo, estejam absolutamente conscientes dessa iniciativa, porque até agora nenhum debate houve sobre a matéria.

Portanto, pensamos que é de bom alvitre que se faça o adiamento de votação para que todos os Vereadores possam se apropriar, de uma forma mais consubstanciada, da matéria, discuti-la e então votar, cada um de acordo com a sua consciência, verificando de fundo o mérito da iniciativa do nobre Ver. Sebastião Melo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu tenho presenciado várias questões aqui neste Plenário, aprendido muito, às vezes fiquei decepcionado, mas é importante deixar registrado, Ver. Luiz Braz, V. Ex.ª que participou desse coletivo, e nós ali, por seis minutos, decidimos uma pauta, consensualmente, na qual eu queria colocar este Projeto em primeiro lugar, eu abri mão para V. Ex.ª, e o Ver. Juarez contrabandeou um Requerimento dele que não estava na pauta de negociação e fez aprovar primeiro do que este Projeto. Foi aprovado o Título para Francisco Paulo Sant’Ana, e agora entra o pedido de adiamento da questão.

Por favor, Ver. Isaac Ainhorn, aqui está o nosso Diretor-Geral da Casa, o qual foi Vereador, e sabe que esta matéria é recorrente, ele foi autor, em 1996, dessa questão, que é uma demanda reprimida em várias comunidades da Cidade. Agora o Ver. Juarez Pinheiro vem dizer que essa questão não foi discutida, sendo que ela já foi discutida exaustivamente pela comunidade de Belém Novo. Mas o Governo da Frente Popular tem um discurso e tem uma outra prática. Eu já tinha desconfiança de fazer qualquer acordo neste Plenário, pois eu quero dizer que, a partir de hoje, eu não faço mais nenhum tipo de acordo, nem para votar nome de rua com a Bancada do Governo, porque o que fizeram aqui não é sério! E vem aqui evocar o art. 81, Ver. João Dib, quando se votou a toque de caixa aqui o Projeto da Previdência envolvendo vinte e seis mil servidores, sem sequer constituir comissão, e agora vem dizer... Mas o autor do Requerimento, quantos Projetos já votou nesta Casa, lastreado no art. 81? O Governo vem aqui todo dia, e agora vem dizer que um Projeto de votação de uma lotação está eivado, está condenado, porque foi pedido o art. 81. A verdade, a verdade, é que “entre o mar e o rochedo, perde o marisco”.

A Administração nesta área de transporte não quer enfrentar uma questão que tem de ser enfrentada. Eu não quero saber desta guerra da ATP com a ATL, eu quero saber dos interesses do povo! E há, sem dúvida alguma, várias localidades, não vai causar nenhuma despesa a mais para o Município, porque o que o cidadão quer é ter um transporte seletivo, ele vai pagar o preço que botar, ele não está pedindo o preço, ele está pedindo a lotação, portanto, não irá onerar o Poder Público. Agora, vamos enfrentar isto. Não querem enfrentar, tem um Projeto da nossa autoria que está aí para discutir a questão das passagens, não querem enfrentar! Ver. Ervino Besson, vamos enfrentar, tem quatrocentas e três lotações, então a ATL não pode botar, é a ATP que tem que botar, vamos discutir, Ver. João Bosco, vamos colocar tudo no mesmo bolo: a passagem das lotações junto com o sistema de transporte coletivo, e vamos encontrar um meio termo? Não sei. Eu não tenho proposta acabada; agora, eu só tenho consciência de uma questão: que a população não só de Belém Novo, mas da Restinga e de outras localidades quer ter um transporte seletivo, e acho que têm esse direito. E o Governo, nesta área pontual, não tem diálogo, não tem espaço para o debate. Procurei várias vezes, sobre este Projeto, conversar com o Sr. Secretário Luiz Carlos Bertotto, que nunca quis discutir a matéria, nem ele, nem a sua assessoria, várias vezes convidei para ir à Igreja de Belém Novo, o dia que marcasse, domingo, sábado, nunca quis discutir! Agora vem o Governo dizer que o Vereador não quis discutir a matéria. Por favor, respeitem a minha história de luta. Respeitem-me! Eu respeito as instâncias do Poder Executivo, o Orçamento Participativo, mas o mandato popular nos conferiu também para tratar dessa matéria, Ver. Elói. Não foi por falta de vontade deste Vereador que não saiu.

Agora, tudo isso aqui, Ver. Goulart, é menos grave do que aconteceu aqui no Plenário. Fez-se um acordo há cinco minutos, a Liderança do PT, a Vice-Liderança do PT foi lá e disse: “O acordo está feito.” Ou estou dizendo alguma inverdade, Ver.ª Sofia? Ou por acaso foi da cabeça do Ver. Juarez? Foi fruto do coletivo, porque a Bancada de V. Ex.ª decide no coletivo. Então, isso eu não aceito, isso não é bom para esta Casa, isso deteriora as nossas relações, isso complica as nossas relações. Portanto, fica aqui, não só o questionamento, mas também a indignação quanto à postura rasteira dada neste Plenário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu, às vezes, fico me questionando sobre os acertos e composições feitos aqui nesta Casa. Agora, não tenho dúvida nenhuma, não quero criar uma cizânia na Bancada do PT, mas o Ver. Juarez Pinheiro é o mais atilado de sua Bancada. Ele consegue criar um clima de polêmica, porque ele não quer adiar, ele sabe que não tem maioria para adiar. Como diz o Ver. Nereu, o Ver. Juarez “jogou o bode na sala”. O Ver. Juarez Pinheiro é um belo argumentador. Participamos de intensos e apaixonados debates no âmbito da Comissão de Justiça. Nem sempre ele ganha, mas são as injunções das circunstâncias políticas. Aqui quero lembrar como, às vezes, as coisas acontecem. Nós organizamos, e é verdade, uma Ordem do Dia: primeiro votaríamos o Projeto de Título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Paulo Sant’Ana, há muito reclamado pelo autor do Projeto, Ver. João Dib, que a cada ano escolhe alguém com alto preparo para a concessão do Título de Cidadão de Porto Alegre, sempre de qualificação; depois, votaríamos a criação da linha Belém Novo; dizer que não foi discutida esta matéria, que tem que ser consultada a comunidade, ora, Ver. Juarez Pinheiro, felizmente, V. Ex.ª pára quando se dirige a Belém, no Country Clube Belém Novo, ali nos campos de golfe. Agora, se V. Ex.ª chegar à rua da igreja, ali no Belém Novo, vai enfrentar problemas, porque o maior sonho de Belém Novo, que ora está sendo interpretado, esta quase súplica, pelo Ver. Sebastião Melo, é uma linha de táxi-lotação até Belém Novo. É tão antigo este pleito, tão amadurecido e tão discutido que era Vereador nesta Casa, em 15 de maio 1996, o Ver. Mário Fraga, hoje Diretor-Geral desta Casa, e, naquela época, pedia a implantação de linha de lotação para o Bairro Belém Novo. E V. Ex.ª sabe que aquela estrada para Belém Novo foi construída pelo então interventor do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha, que foi quem criou aquela estrada rumo a Belém Novo. E até hoje Belém Novo não tem táxi-lotação. Transporte moderno, qualificado, de alto nível, que todas as comunidades querem. Agora, o que o Ver. Juarez Pinheiro não pretende é que... fica o projeto.... por meio desses pleitos semelhantes aos do Ver. Sebastião Melo muitas linhas de ônibus foram implantadas na Cidade e sobretudo de táxi-lotação, em cima da luta política, ele é jurista, ele é um advogado de proa, de expressão, Ver. Sebastião, e ele sabe que tem alguns aspectos legais do ponto de vista, mas ele está levantando a idéia, mobilizando a sociedade. Como é que um Vereador vai mobilizar a sociedade? É claro, por meio das reuniões da comunidade, por meio da pressão, por meio do Legislativo, da representação da população. Porque, infelizmente, Vereador, as Prefeituras que se sucedem do PT não têm grande apreço pelo Poder Legislativo. E não é só do PT este apreço. Historicamente, os Legislativos são maltratados, são incompreendidos na sua ação parlamentar.

Trabalhou com a verdade o Ver. Danéris quando dizia: “Olha, nós concordamos em colocar o Projeto na Pauta, mas nós íamos discutir.” Discutir é uma coisa, Vereador. Agora, o que foi feito pelo Ver. Juarez Pinheiro foi um expediente para inviabilizar o bom debate. É verdade, Ver. Sebastião Melo! O bom debate está sendo obstaculizado pelo Ver. Juarez Pinheiro, que, há pouco, até uma urgência de um Projeto seu eu pedi, pela importância da homenagem que seria prestada. Muito brigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, aliada a surpresa que esta matéria depois de ser objeto do consenso de que seria priorizada no dia de hoje, nós temos agora que discutir se nós vamos ou não votar a matéria que nós decidimos priorizar, eu quero acentuar outros detalhes, alguns dos quais já trazidos à colação pelo Ver. Isaac Ainhorn, quando lembra a luta do nosso colega, hoje Diretor-Geral da Câmara, Ver. Mário Fraga, com sucessivos pedidos de providência que foram sistematicamente ignorados pela Administração, que jamais decidiu estudar essa proposta.

Eu me lembro que essa luta era comum, minha e do Ver. Mário Fraga. Eu lutando pela Restinga, e ele por Belém Novo.

Eu recebia a resposta de que não podia, porque a Lei não permitia. Aí, resolvi fazer a lei que permitisse, já que o obstáculo era esse.

Então, veio a lei permitindo. A Lei foi aprovada; foi vetada, não acolhido o Veto e, até hoje, infelizmente, a Restinga não recebeu esse serviço, que é desejado pela comunidade da Restinga com a mesma intensidade que é desejado pela comunidade de Belém Novo.

Aliás, se houvesse alguma inteligência, numa tacada só, resolveríamos os dois problemas, entretanto, não está havendo essa inteligência.

 Por isso, Ver. João Dib, eu não acho que essa matéria, se pode até discordar, pode-se até não querer votar, pode-se até querer votar contra, mas dizer que esta matéria não foi discutida, ora, santo Deus, é preciso que a gente considere que estamos com este Projeto, aqui na Casa, o Ver. Sebastião Melo ingressou com este Projeto em 22 de maio de 2001, por conseguinte, há mais de um ano. Nós, por duas vezes, nos debruçamos sobre o assunto. No ano passado, demos o Parecer, na Comissão de Justiça, favorável à tramitação do Projeto e, posteriormente, no mês de dezembro de 2001, demos Parecer favorável ao Substitutivo do Ver. Ervino Besson, que eu acho que clareia melhor os objetivos. De qualquer maneira, este Projeto não tem mais o que ser discutido. Se a Casa não o discutiu durante dois anos, vai ser agora, na hora da votação que nós precisamos mais cinco Sessões para nos posicionarmos? Não, está maduro para ser votado este Projeto.

Eu quero dizer, tranqüilamente, com toda a segurança, que pedi o adiamento de um Projeto. O adiamento de uma votação é uma prerrogativa que cabe a qualquer um. Agora, concordar com isso é completamente diferente. Eu estou autorizado pelo Ver. Luiz Braz, Líder da minha Bancada, a afirmar a disposição do PFL de não acolher este pedido de adiamento, de enfrentar a votação no dia de hoje, e, mais do que isso, de aprovar este Projeto de Lei que já vai para o segundo aniversário. Afinal de contas, o pedido de inclusão por força do artigo 81 na Ordem do Dia, feito pelo autor, Ver. Sebastião Melo, vejam os senhores, esse pedido, data, vejam só, do dia 11 de março de 2002. Então, ele está desde o dia 11 de março, há dez meses, na Ordem do Dia, sem ser enfrentado. Hoje, com acordo geral, ele entra em discussão. Superada a discussão, porque ninguém quis discutir, tanto queriam discutir esta matéria e não quiseram discutir no período que cabia, entra em votação e se pede o adiamento.

Ora, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, por tudo que se possa argumentar, mas, sobretudo, por uma determinação de bom senso, nós não podemos, lamentavelmente, acolher este pedido de adiamento por cinco Sessões da votação desta matéria, matéria que já está criando calo dentro do Legislativo de Porto Alegre, e  temos capacidade de enfrentá-la, tomando uma posição ou a favor ou contra. É o que nós iremos fazer. Nós, do PFL, a favor.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Minha saudação ao Ver. Paulo Brum, presidindo esta Sessão, demais Vereadores e pessoas que nos assistem pelo Canal 16, em primeiro lugar, até em respeito ao Líder da minha Bancada, Ver. Marcelo Danéris, e à minha Vice-Líder, Ver.ª Sofia Cavedon, registro que o nosso compromisso, como já foi reconhecido pelo Ver. Isaac Ainhorn, é fundamentalmente discutir a matéria. Se o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro não tem outro mérito, pelo menos há o mérito de aprofundarmos aqui esta discussão. Em nenhum momento nós estamos nos negando a votar esse Projeto, só queremos que esse debate, pela sua importância, venha a se aprofundar. Nós não podemos fazer um debate sobre a questão do transporte coletivo sem entender que o transporte coletivo não pode, simplesmente, ser pensado a partir de uma linha de lotação, mas, sim, a partir de todo o sistema que circula naquela região. Por exemplo, eu tenho a informação de que a EPTC está providenciando para Belém Novo, Ver. Ervino Besson, mais dezesseis ônibus e uma rota menor, evitando o transbordo naquela região. Evidentemente, essa ação da EPTC, essa ação do Governo vai qualificar o sistema de transporte coletivo naquela região, mais do que isso, a EPTC está promovendo estudos no sentido de ir ao encontro do seu Projeto, Projeto do Ver. Sebastião Melo, com relação à necessidade e ao tipo de lotação que devemos implantar ali. Então é fundamental que aprofundemos esta discussão, já que há, por parte do Governo e da Bancada, um reconhecimento, primeiro, da legitimidade dos Vereadores; segundo, de qualificarmos o sistema de transporte coletivo. Tanto isso é verdade que estamos providenciando mais dezesseis ônibus para aquela região. Então eu não entendo essa indignação do Ver. Sebastião Melo em recusar que tenhamos tempo adequado para fazer este debate de forma democrática e, fundamentalmente, respeitando e privilegiando esta Casa, este Legislativo, no sentido de aprofundarmos esta discussão para que a comunidade tenha conhecimento dessas iniciativas que o Executivo está tomando, e que consigamos construir o Legislativo em conjunto com o Executivo, sair das alternativas que sejam, em primeiro lugar, legais, porque senão o que vai ser colocado aqui é somente um discurso para instituir uma disputa política e não uma solução de fato. Isso é que é importante, ou seja, há uma disposição do Executivo de construir uma solução de fato, e, dentro deste debate, já incluir essas iniciativas que estão sendo postas pelo Executivo.

Pergunto ainda, além daqueles questionamentos que já foram feitos pelo Ver. Juarez Pinheiro, com relação à questão do tamanho do lotação, com a entrada desses dezesseis novos ônibus o problema lá não estará solucionado? Se a solução ainda vai exigir um lotação, quantos lotações? Qual é o tamanho do lotação? Qual é a necessidade, de fato, que tem aquela comunidade, no que se refere ao acréscimo de seu transporte coletivo? Mais do que isso, como é que isso vai incidir no cálculo tarifário? Porque o Ver. Sebastião Melo coloca aqui que não vai haver nenhum custo. Ele está enganado! O aumento do lotação pode, sim, interferir, de fato, no valor da tarifa, que é uma tarifa única, que é uma tarifa social. Então, com relação a essas preocupações, para além de constatar uma necessidade, que é real e que é legítima, de aumentar e qualificar a frota, seja de ônibus, seja de lotação, é necessário que a gente aprofunde este debate. Então, é com esse intuito que foi colocada, não em nome do Juarez, mas em nome da Banca do Partido dos Trabalhadores, esta proposição.

Então acho que ela já teve o papel de a gente ter conseguido, pelo menos nestas intervenções, aprofundar esta discussão, mas, mais do que isso, teve o papel de chamar, de tentar convencer e sensibilizar o Legislativo sobre a importância e sobre a necessidade de termos uma discussão profunda e que, realmente, vá além do discurso fácil de simplesmente identificar uma necessidade e vir aqui pleitear algo que é totalmente inconstitucional do ponto de vista do seu projeto legal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Isaac Ainhorn trouxe à tona a lembrança de um rio-grandense ilustre, o Governador General Flores da Cunha, que construiu a estrada de concreto que vai até Belém Novo. Pois eu vou voltar cem anos atrás ainda e vou para 1830, quando o Governador da Província dizia – e eu já contei aqui várias vezes -: “Chega de leis; as que existem são boas, basta que sejam cumpridas.” “Lei” - dizia ele – “deve ser fruto da razão, da experiência e da luz.”

Eu não estou entendendo por que esta Casa perdeu tantas horas discutindo e agora não querendo votar, no dia de hoje, esta matéria. O nobre Ver. Carlos Pestana encerrava o seu pronunciamento agora dizendo que a matéria é inconstitucional. Mas, onde estão a experiência e a luz? Onde está o interesse da Administração da Prefeitura em resolver os problemas dos seus cidadãos? No Orçamento Participativo? Completamente equivocada! O que falta a ela são Secretários à altura das necessidades da população! O Dr. Bertotto não fala com qualquer um; não fala com Vereador... Eu fui Secretário de Transportes duas vezes e não há bairro desta Cidade que diga que o Secretário João Dib não foi lá ver como era o problema. Eu fui assistente técnico da Secretaria de Transportes durante muitos anos; eu palmilhei todas as ruas e as linhas desta Cidade; há algumas que ainda têm o mesmo itinerário que eu fiz em madrugadas chuvosas, que tinha de acertar. Mas, o Secretário está muito distante, ele é Presidente da EPTC. Agora, vejam esta Casa discutindo tudo o que discute até agora. Porque é inconstitucional, diz o nobre Ver. Carlos Pestana.

A Lei n.º 8.129, assinada pelo Prefeito Raul Jorge Anglada Pont, cria duas linhas de táxi-lotação, para Restinga e Parque dos Maias. E o Prefeito assinou. Vetou uma parte que lhe deu o prazo de noventa dias, a Câmara derrubou o Veto, e essas linhas estão em funcionamento.

O que falta é experiência, o que falta é luz, o que falta é seriedade e sinceridade! Porque caberia ao Secretário, se experiente fosse, buscar uma solução; e até na própria Secretaria, que já teve transporte seletivo. Se não pode o lotação, então pode o seletivo. Mas eles querem ser os únicos donos da verdade. E até vão fazer, segundo eles, o primeiro plano de transporte para a Cidade. Só que o dia em que eles publicarem o primeiro plano deles, eu mostro o plano impresso que há também lá na Secretaria, que foi feito em 63.

Então, na verdade, a matéria pode ser votada, não é inconstitucional, não é equivocada, porque o Prefeito Raul Jorge Anglada Pont disse que não era inconstitucional, com toda Procuradoria dele. É a mesma matéria que o Ver. Sebastião Melo quer resolver hoje. Devo dizer, para encerrar, que sou contra todos os projetos de lei para fazer linhas de ônibus. Desde o tempo do Ver. Artur Zanella, que também foi Secretário de Transportes, e que fazia muitas leis nesse sentido, eu me manifestava sempre contra; mas, depois que o Raul Jorge Anglada Pont assinou e a Procuradoria da Casa diz para o Ver. Pestana que não é inconstitucional, então eu não tenho por que não votar esta matéria, não tenho por que votar contra esta matéria. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Ervino Besson e Isaac Ainhorn, o Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro para que seja adiada por cinco Sessões a votação do PLL n.º 142/01. (Pausa.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Por óbvio, para deixar bem claro: quem é a favor do adiamento vota “sim”, quem é contrário vota “não”, correto?

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Exatamente, Vereador. Está em votação. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 08 votos SIM, 13 NÃO.

Em votação nominal o Substitutivo n.º 01 ao PLL n.º 142/01, solicitada pelo Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) APROVADO por 15 votos SIM e 08 votos NÃO. Resta prejudicado o Projeto original.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0927/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/01, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que estabelece a obrigatoriedade da prestação de serviços de acondicionamento ou embalagem das compras em estabelecimentos comerciais autodenominados de supermercados, hipermercados ou similares. Com Substitutivo n.º 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto e do Substitutivo n.º 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo n.º 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto e do Substitutivo n.º 01;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto e do Substitutivo n.º 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto e do Substitutivo n.º 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 10-04-02.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL n.º 028/01, com o Substitutivo n.º 01.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, fiz um Requerimento à Mesa solicitando o adiamento da discussão do PLL n.º 028/01 por cinco Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, nós podemos estar incorrendo num grave problema, porque esse Projeto foi discutido em todas as Comissões. Esse é um Projeto antigo. Lembro-me dos debates aqui feitos no início desta Legislatura. Foi o primeiro Projeto assinado pela Ver.ª Maria Celeste. Esse debate já havia sido feito na outra Legislatura, aqui nesta Casa.

Em Caxias do Sul, para dar um exemplo, o Vereador que pediu o Projeto para a Ver.ª Maria Celeste, já teve o seu Projeto aprovado, sancionado por aquela Prefeitura e é Lei em Caxias do Sul, entre outras cidades.

Portanto, a Ver.ª Maria Celeste, com o seu Projeto, já conseguiu que extrapolasse as fronteiras do Município de Porto Alegre a sua posição, que é uma posição de vanguarda, uma posição que preza pelo emprego, que faz o verdadeiro e necessário combate que tem de ser feito aos megaempreendimentos em Porto Alegre, no Estado e no País. Já não bastasse duas grandes redes internacionais, aqui, tomando conta do mercado, como o Carrefour tomou conta do mercado em Buenos Aires, destruindo as redes de pequenos mercados, agora, a poderosa americana, a Wall Mart, quer vir para o Sul do Brasil.

Nós deveríamos seguir o exemplo de Belém, no Pará, e outros lugares em que os empreendedores locais estão fazendo o necessário enfrentamento dos megaempreendimentos. Por exemplo, num pequeno mercado, a pessoa do caixa – o Projeto libera isso – faz o pacote da pessoa. Por que os mercados, oriundos do capital gaúcho, Ver. Pedro Américo Leal, fazem-lhe o pacote, colocam-no no carrinho, levam-no até o estacionamento? Por que, agora, as grandes redes podem chegar aqui, não empregar ninguém e levar o dinheiro para fora? Esses nem colocam os alimentos devidamente separados; artigos de limpeza de um lado, comestíveis de outro, latas de outro; imaginem colocar num carrinho! Imaginem levar até o estacionamento, ou ao táxi, ou ao ônibus - porque o pobre não pega táxi e não tem carro. Por que não se faz isso?

Esta Casa tem obrigações. Esta Casa quer continuar defendendo esses megaempreendimentos, protelando este Projeto da Ver.ª Maria Celeste? Eu espero que não! Eu espero que a maioria dos Vereadores e Vereadoras aqui eleitos estejam do lado do povo. Aqui se fala em criação de empregos, mas quando nós estamos propondo, pela Ver.ª Celeste, um Projeto concreto, meu caro Ver. João Antonio Dib, que possa nos ajudar, que possa ser uma lei para ser cumprida, porque é fácil de ser fiscalizada, nós já sabemos, de antemão, qual é o empreendimento que não quer esse Projeto; são dois megaempreendimentos em Porto Alegre, dois! Não são mais do que isso. Eles têm que se submeter às leis brasileiras! Eles têm que se submeter ao que nós queremos da cidade de Porto Alegre!

Ver. Pedro Américo Leal, hoje é o supermercado; amanhã, é a Amazônia! Nós resistimos, no passado, estamos resistindo no presente e vamos continuar resistindo, no futuro, à ganância do capital internacional, que chega aqui abusando das pessoas!

Eu quero ver as vozes progressistas, nacionalistas desta Casa, defendendo o capital local! Nós não somos aqueles que achamos que nada, porque vem de fora, possa ser útil! Pode, o capital de fora pode ser útil, sob controle do povo brasileiro! Sob controle! Caso contrário, só ganha a ganância do capital!

Nós queremos uma sociedade civilizada! Nós queremos uma Cidade, um Estado e um País de emprego pleno! Nós não queremos a barbárie! Contra a barbárie, pela civilização, vamos votar o Projeto da Ver.ª Maria Celeste! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não participei da elaboração da relação dos Projetos que foram acordados para serem discutidos e votados na tarde de hoje. Agora, eu sou informado de que a idéia era tão-somente se discutir a matéria no dia de hoje, deixando para votar em outra oportunidade.

Eu sou contra essa prática, Ver.ª Maria Celeste, porque eu acho que as pessoas que vêm e discutem a matéria, hoje, aqui, no dia da votação, são prejudicadas. Eu acho que a discussão e a votação têm que ser, sempre que possível, um ato uno, que permita que a discussão seja preliminar da deliberação que vai ser tomada posteriormente com a votação.

Eu quero confessar, lisamente, que eu tenho dificuldades quase que insuperáveis de votar favorávelmente ao Projeto. E quanto à expressão: “Fica obrigado a prestar tais serviços”, eu tenho, desde já, uma posição de absoluta ressalva com essas leis que querem obrigar determinados segmentos a fazer determinadas coisas. Diz-se aqui da tribuna que o que quer obrigar são as grandes redes, os hipermercados, não o que está escrito. Supermercado é supermercado, sendo grande ou sendo pequeno. O supermercado da Vila Nova, Ver. Ervino Besson, é tão supermercado como o de Higienópolis,  da Av. Assis Brasil ou de outro lugar qualquer, o da Restinga é da mesma forma, o do Passo das Pedras da mesma forma, do Sarandi da mesma forma, da Santa Rosa da mesma forma. Agora o que se quer aqui? Quer se obrigar uma prática que a rede supermercadista do Rio Grande do Sul tem, na sua maioria, praticado sponte proprio. Sponte proprio você encontra – não vou citar nome de supermercado, mas todos sabem -, pois tradicionalmente prestam esse tipo de serviço e por isso ganham clientes, inclusive eu, que não compro em supermercados que seguem uma prática que é nacional onde o supermercado não faz esse tipo de serviço e por isso não ganha como cliente eu e outras tantas pessoas que preferem o melhor tratamento dado pelos outros. Agora, nós estabelecermos que para cada caixa tem de haver um empacotador? Olha, aí nós estaremos regrando coisas que não podemos regrar. Ademais, quem diz que cada caixa precisa só de um empacotador? Há supermercados que eu visito, que eu freqüento e que eu compro, que em determinados momentos há mais que um, há dois, há três empacotadores, especialmente em dias de maior movimentação. Então, esse tipo de colocação é que eu queria fazer no bojo de uma discussão, que fosse seguida, depois, de uma votação. Mas todos me alertam que não, que a idéia era só discutir no dia de hoje para se votar em outro. Então eu vou guardar para que no dia em que nós decidirmos votar, e espero que seja em breve, Ver.ª Maria Celeste, V. Ex.ª sabe que eu sou contrário a ficar sentando em cima dos Projetos, penso que esta Casa tem a obrigação de enfrentar os Projetos, de decidir: quer ou não quer. As pessoas têm de ser claras nas suas posições. Não pode haver voto tímido, voto aterrorizado de quem teme que uma decisão sua possa ser mal-entendida por quem não sei. As pessoas devem ter convicção dos seus votos. E eu tenho, sempre, buscado pautar as minhas posições nesta Casa pela convicção nos meus votos. Nada pessoal contra o Projeto de V. Ex.ª, penso que é um bom Projeto, eu posso até ter posição contrária, provavelmente a tenho, mas entendo que V. Ex.ª busca trazer à Casa, para discussão e deliberação, um assunto sério, que merece ser discutido e deliberado de uma só vez. Por isso sou a favor, junto com o Ver. Braz, do adiamento para que se discuta e vote num dia só, num momento só, de forma una toda essa matéria que envolve essa disposição da Ver.ª Maria Celeste de regrar, tornando obrigatórias algumas situações que são feitas e praticadas espontaneamente, dentro da sua conveniência empresarial, dentro da sua conveniência comercial, por várias redes de supermercados aqui na cidade de Porto Alegre e que por isso as qualificam como das melhores do País. Diversamente de outras, que optam por posição contrária e utilizam a sua liberdade. Esses perdem clientes, pode ser que os clientes não sejam tão bons. Eu não sei se sou bom cliente ou não, mas prefiro sempre aqueles que me oferecem melhores serviços. Não por obrigação, mas por uma estratégia empresarial que esses empresários, eventualmente, tenham com relação aos seus negócios e ao desenvolvimento das suas campanhas de comercialização.

Por isso, Sr. Presidente, com o apoio do Ver. Braz, meu Líder, votaremos pelo adiamento da discussão e, conseqüentemente, da votação desta matéria.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar, pelo PPB, o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não vejo por que nós aceitarmos o adiamento. Não vejo o porquê. Estamos tratando, aqui, de um Projeto mais do que justo. Eu faço rancho, toda a semana, e travo, toda a semana, no dia em que faço rancho, às terças-feiras – amanhã será o dia -, travo sempre uma conversa com o empacotador e dou para o empacotador o dinheiro do shopping, ou seja, aquilo que economizo em utilizar o supermercado que me abona a entrada no shopping, dou para ele 2 reais e 50 centavos. Por quê? Estamos aqui para isso. Estamos procurando fazer com que essa juventude, rapazes de dezesseis anos, dezessete anos, que têm emprego modesto e trabalham de seis a oito horas por dia, consigam uma remuneração, e nós estamos, hoje, cuidando disso. A Ver.ª Celeste nos está dando essa oportunidade. Sempre reclamo quando não tem empacotador, e reclamo “a la coronel”: “Onde é que está o empacotador? Por que não há?” Excepcionalmente, estou falando quando o Presidente desta Sessão foi um empacotador. Você agora, Paulo - permita-me que eu o chame amistosamente de você -, que agora galgou o alto posto de Deputado Estadual, já foi um empacotador. V. Ex.ª sabe o que é isso. Eu não fui empacotador, mas vejo a vida dele - é um rapaz que precisa de dinheiro. Ele está ali cumprindo hora. Quantos rapazes descambam para a droga e para outros vícios? E aquele ali não, aquele está empacotando, está servindo, está levando o carrinho, ele leva até lá em cima. Isso é importantíssimo!

Nós podemos fazer isso. Eu não vejo por que não votarmos esse Projeto agora. É um Projeto que tem de ser aprovado. Não existem dúvidas. Estamos falando de um grupo de jovens que precisam de emprego, e, se nós abdicarmos dessa ventura de darmos emprego a essa gente, seja nos postos de gasolina, deixando a bomba de gasolina automática, fazemos as funções do colocador de gasolina, do rapaz que nos serve, se fizermos isso com os supermercados, com os rapazes empacotadores, o que vai restar? O que essa gente vai ser? Respondam para mim! Que emprego eles vão ter, se estão com dezesseis anos? Eles precisam daquilo! Ver.ª Maria Celeste! Eu acho que V. Ex.ª teve uma grande idéia. Até me penitencio; eu sempre falava isso, reclamava disso, mas nunca fiz um Projeto, quando eu poderia ter feito. V. Ex.ª, como mulher, e as mulheres têm maior sensibilidade, V. Ex.ª tocou num assunto muito importante: dar emprego a essa rapaziada que luta por executar um trabalho. Penitencio-me, eu que reclamava tanto, gritava até dentro do supermercado – Ver.ª Maria Celeste, eu lhe peço a atenção –, às vezes, grito no supermercado: “Onde está o empacotador?”, para que o gerente note que não tem empacotador. É uma forma de reclamar, mas não fiz um Projeto, e sou Vereador. Por isso eu acho que a mulher tem muito mais sensibilidade que o homem. O que adianta reclamar? V. Ex.ª escreveu e vai fazer disso uma lei. Ótimo, ótimo! Acho que não podíamos transferir esse momento de votação.

Ver. Paulo Brum, eu o homenageio como o empacotador-mor que hoje preside a Sessão. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Não cabe ao Presidente fazer comentários, o Presidente preside.

Acordado com a Ver.ª Maria Celeste, proponente deste Projeto, estou apresentando uma Emenda neste instante. (Apregoa a Emenda n.º 01, ao Substitutivo n.º 01, do PLL n.º 28/01.): “Ficam asseguradas 10% das vagas criadas em razão do disposto nesta lei para pessoas portadoras de deficiência, devidamente habilitadas.” Estou apresentando a Emenda com a assinatura também do Líder Ver. Luiz Braz.

Saudamos a presença entre nós do Ver. Cláudio Sebenelo, que, no dia 1.º de fevereiro, estará assumindo a titularidade nesta Casa.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o Requerimento de sua autoria. Ausente. O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos aqui dizendo que estamos a favor, Ver.ª Maria Celeste, e até vamos apresentar duas emendas ao Presidente da Mesa: uma, é sobre a geração do primeiro emprego; a outra, que também se dê alguma preferência àquelas pessoas que estão desempregadas com mais de quarenta anos. Nós queremos criar alternativas, não basta vir aqui pedir o adiamento, quando a pessoa já é contra, então, automaticamente, não tem por que pedir, porque vai continuar contra. Esse aspecto é fundamental, Coronel. Vir aqui pedir adiamento e já definir que é contra é coisa de quem não quer que seja votada a matéria. Portanto, a nossa Bancada é a favor, porque entende o PTB que a geração de emprego é importante.

Há Vereadores, Coronel, que vão ao supermercado, e outros que não vão. Eu sou um dos que vai ao supermercado. Isso facilitaria até que o supermercado, ao sair para a frente, Coronel, debatesse com aqueles que não estão empregados e que são lá menores de idade, que não estão estudando, que não estão trabalhando, e já desse uma possibilidade aos que estão sem trabalhar de entrar no mercado de trabalho. Há bairros, eu fiquei sabendo, que estão fazendo abaixo-assinados para que nesses bairros sejam colocados outros supermercados. Sabe por quê, Coronel? Porque o atendimento desses supermercados não é bom, e a sociedade quer qualidade, quer bom tratamento e por isso a exigência de outro supermercado, porque esse supermercado não atende bem aos consumidores daquele bairro. É uma coisa natural, Ver.ª Maria Celeste, que nós devamos, aqui, estimular o crescimento de emprego na Cidade, colocar para o mercado de trabalho a juventude que está aí desempregada. Isso facilitaria também um encaminhamento para escolas públicas do Município ou do Estado. Nós não devemos ser contra aquilo que incentive a criação de emprego, o melhoramento no atendimento nos supermercados, o melhoramento no atendimento às comunidades que lá têm a sua preferência - e essa preferência, muitas vezes, não é pelo preço, e sim pela qualidade do atendimento, pela qualidade do produto. Então, nós temos de procurar melhorias para darmos à nossa sociedade, à sociedade porto-alegrense, um bom atendimento. O supermercado que não se adaptar a esse bom atendimento perderá, Ver. Juarez, a freguesia. Isso é uma disputa natural de mercado, mas conjuntamente à qualidade do supermercado, deve vir o  bom atendimento. Por isso, a nossa Bancada entende que devemos votar, porque, se gera emprego, se vai dar qualidade de atendimento, se vai melhorar o supermercado nos bairros, na comunidade, nós entendemos que devemos votar a favor da criação de novos empregos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o Requerimento de sua autoria.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero esclarecer que fui o autor do pedido de adiamento do Projeto. Eu tenho conhecimento de que esse Projeto já transitou, tramitou, por várias Comissões e que está sendo objeto de uma avaliação. Agora, com o que eu não posso concordar é que, em nome de um adiamento, Vereadores compareçam aqui nesta tribuna, questionando até a faculdade regimental que tem o Vereador.

Há poucos momentos, o Ver. Juarez Pinheiro apresentou um Requerimento. Eu era contrário, mas respeitei, até o último momento, o sagrado direito que tinha o Ver. Juarez Pinheiro de ingressar com aquele Requerimento. Eu, em nenhum momento, disse que era antiético. É um Projeto interessante esse; agora, nem por eu ser contra as multi... O Ver. Adeli às vezes faz um discurso que não é light, embora ele seja um homem light no seu comportamento político. Ele, no discurso, radicaliza, mas, depois, na prática da ação política, ele tem, às vezes, um outro comportamento. Vejam V. Ex.ªs, ele diz assim: “São grupos estrangeiros que vêm aqui explorar os brasileiros.” Eu acho o seguinte: em primeiro lugar, eu tenho um pouco de receio de entrar nesse comportamento, um pouco, eu diria, xenófobo. Não diria que seja xenófobo, mas ele corre o risco de se transformar num comportamento xenófobo. Eu vejo, hoje, o Presidente brasileiro, que tem esse extraordinário respaldo, guindado a primeira magistratura da Nação, tentando negociar o ingresso, captar investimentos internacionais para o nosso País, sentando à mesa e negociando com o FMI. Acho isso extremamente positivo. Agora, dizer, eles são estrangeiros, são nossos exploradores, é de um primarismo esse tipo de discurso... Se uma empresa nacional não tratar bem seus funcionários, ou não der um tratamento de qualidade para seus funcionários, acho que essa empresa corre o risco de críticas. Agora, não podemos dizer que esse grupo não merece a nossa confiança por ser estrangeiro. Quero dizer a V. Ex.ª, Ver. Cassiá, que eu vou a supermercado fazer compras aqui, lá na sua cidade natal, São Borja, onde tem dois - um, que é filho da terra, que é o Fronteira; e um de uma rede multinacional que é o grupo Sonae -, vejo os preços, e vou comprar onde é mais barato com qualidade, e onde as ofertas são melhores.

O risco dos esquemas que usam as multinacionais, primeiro, eles rebaixam os preços, e depois disso eles destroem o pequeno e médio, e aumentam os preços como querem. Essa não é uma prática boa, nem de grupos nacionais nem de grupos internacionais. A esses eu não me filio. Acho que temos que melhorar a qualidade do atendimento. Até votei a favor, no âmbito da Comissão de Justiça, do Parecer, há controvérsias. Alguns dizem que essa matéria é de natureza trabalhista, que não poderíamos estar legislando. Eu não penso assim, mas esses grupos têm advogados da melhor qualidade. Tenho certeza de que esse Projeto acabará com melhorias de Emendas, sendo aprovado nesta Casa.

Agora, é tão importante o adiamento, Ver. Oliboni, que a correta e íntegra Ver.ª Maria Celeste brincou comigo, porque eu já tinha um Requerimento solicitando adiamento da discussão do Projeto. E eu até – se ela apresentar o seu –, mesmo que seja em número menor de dias, eu retiro o meu Requerimento em nome de um entendimento. Se o Requerimento da Ver.ª Maria Celeste é de adiamento de uma Sessão, o meu é de cinco Sessões, vamos somar cinco mais um e dividir ao meio perfazendo o número de três Sessões. Essa é uma solução salomônica. Eu não diria que é isaquiana. A Ver.ª Maria Celeste me pede duas Sessões. Em nome da unanimidade concordo com o adiamento por duas Sessões já e agora. Eu retiro o meu Requerimento, formalmente, se V. Ex.ª apresentar o seu, Ver.ª Maria Celeste. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Só para informar a V. Ex.ª: não cabe mais a retirada do Requerimento; nós temos que colocar em votação, Vereador.

Apregoamos a Emenda de n.º 02 ao Substitutivo n.° 01 ao PLL n.º 028/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes.

Apregoamos a Emenda de n.º 03 ao Substitutivo n.° 01 ao PLL n.º 028/01, de autoria do Ver. Ervino Besson.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando o adiamento por cinco Sessões da discussão do PLL n.º 028/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADO.

Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª Maria Celeste solicitando o adiamento por duas Sessões da discussão do PLL n.º 028/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)APROVADO, contra o voto do Ver. Pedro Américo Leal.

Adiada a discussão por duas Sessões. Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h21min.)

 

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